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A Justiça suíça bloqueou 2,4 milhões de
dólares (cerca de 9,3 milhões de reais) em contas atribuídas ao presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O banco Julius Baer informou às autoridades do
país que Cunha e sua família são beneficiários de quatro contas abertas em nome
de offshores. O dinheiro
estava aplicado em fundos de investimento. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. O banco em
que Cunha teria movimentado a quantia é o mesmo utilizado pelo ex-gerente de
Engenharia da Petrobras Pedro Barusco e também pelos ex-diretores de Serviços e
Internacional da estatal Renato Duque e Jorge Zelada, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Entre os beneficiários finais das contas
estão o próprio peemedebista, sua mulher, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, e
uma das filhas do deputado. O banco não soube informar se era Cunha quem
movimentava as contas ou se isso ocorria por meio de procuradores. O dinheiro
não aparece na declaração de imposto de renda do presidente da Câmara, segundo
a Folha.
Em junho, Cunha foi acusado pelo delator
Júlio Camargo, da Toyo Setal, de ter recebido 5 milhões de dólares desviados de
um contrato de navios-sonda da Petrobras. O engenheiro João Augusto Henriques,
apontado pelo Ministério Público como um dos operadores do PMDB na Lava Jato,
disse em depoimento à Polícia Federal que repassou dinheiro a uma conta
corrente na Suíça cujo verdadeiro destinatário era o presidente da Câmara.
Nesta quarta-feira, um grupo de trinta deputados pediu a abertura de investigação contra o presidente da Casa depois que o
Ministério Público Federal confirmou que Cunha é investigado na Suíça por suspeitas de lavagem de dinheiro e
corrupção passiva.
De acordo com o jornal, o banco entregou
às autoridades da Suíça os extratos bancários e a documentação completa da
abertura das contas - uma delas foi feita em 2008. Entre esses documentos,
estão formulários preenchidos e assinados, cópias de documentos e comprovantes
de endereço dos beneficiários finais. Todo o material está compilado em um DVD,
que foi enviado a Brasília junto com um relatório da investigação e cópia dos
ofícios sobre a transferência do inquérito para o Brasil. O presidente da
Câmara foi avisado do confisco.
Os documentos foram encaminhados à
Procuradoria-Geral da República no fim da tarde desta quarta-feira pelo
Ministério da Justiça. Agora, cabe ao procurador-geral, Rodrigo Janot, decidir
se as novas evidências serão anexadas a um dos dois inquéritos que correm no
Supremo Tribunal Federal (STF) contra Cunha, por suspeitas de corrupção e
lavagem de dinheiro, ou se abrirá um novo inquérito sobre evasão de divisas.
Procurada pela Folha, a assessoria de
imprensa de Eduardo Cunha disse que ele não se manifestaria sobre o tema. O
advogado do deputado, Antonio Fernando de Souza, também foi contatado, mas ele
não retornou aos telefonemas.
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