Dados de
um estudo inédito realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
indicam crescimento das exportações de grãos pelos portos do Arco Norte, região
que compreende os estados de Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará e segue até o
Maranhão. Nesse estudo, o Porto do Itaqui aparece como líder no escoamento de
soja e milho produzidos no Matopiba, região considerada como grande fronteira
agrícola nacional da atualidade que reúne espaços dos estados do Maranhão,
Tocantins, Piauí e Bahia. De acordo com a pesquisa, o Itaqui deve embarcar 8,6
milhões de toneladas, neste ano, 75% a mais em relação ao ano passado. Os dados
foram divulgados esta semana pelo Jornal Valor Econômico.
O Governo
do Maranhão está trabalhando para desenvolver as potencialidades logísticas e
econômicas do estado por meio de investimentos em infraestrutura logística e
portuária. Segundo o presidente da Empresa Maranhense de Administração
Portuária (Emap), Ted Lago, os dados do estudo confirmam o acerto de foco do
planejamento estratégico para o Porto do Itaqui. “Desde o início dos trabalhos,
em 2015, elaboramos um plano de ação voltado para o avanço nos investimentos,
com a integração de cargas ligando pontos para que o Itaqui se torne, em médio
prazo, um hub regional e se consolide como porto preferencial do Corredor
Centro Norte do país”, comentou.
A área
operacional do Porto do Itaqui, também, se preparou especialmente para a safra
2017, com melhorias estruturais nos berços e a gestão de entrada e saída de
navios. O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) iniciou, em janeiro, a
preparação, com manutenções programadas para movimentar um volume superior ao
que foi registrado em 2015 e 2016, devendo ultrapassar a marca de 4 milhões de
toneladas. No pico da safra, o Tegram deve chegar às 50 mil toneladas de
grãos/dia, recebidas pelos modais rodoviário e ferroviário.
Em 2015
foram movimentadas 21,8 milhões de toneladas de cargas no Porto do Itaqui,
recorde histórico com aumento de 21% em relação ao ano anterior. Foi o primeiro
ano de atividades do Tegram e só em grãos foram 7 milhões de toneladas operadas
(4,9 de soja e 2,1 de milho). Em 2016 esse volume caiu em função de questões
climáticas, ficando em 4,5 milhões de toneladas (3,8 de soja e 640 mil de
milho).
Em
números
O estudo
da Conab confirma a esperada supersafra e estima um recorde de 215 milhões de
toneladas de grãos, o que resultará em aumento na participação dos portos do
Arco Norte no total de soja e milho exportados neste ano. A fatia dos portos do
Norte deve chegar a 23,8% das 96,9 milhões de toneladas de soja e milho que
sairão do país rumo aos mercados externos. A redução da produção do Matopiba em
2016 em razão da quebra de safra ocasionou a queda dessa participação, que
ficou em 19% (em 2015 chegou a 21%, maior marca alcançada).
As
exportações de soja produzida na região do Matobipa, segundo dados da Conab,
terão crescimento de 75% e devem chegar a 11,9 milhões de toneladas ao final
deste ano. Atrás do Porto do Itaqui aparecem nesse ranking dos portos do Arco
Norte que terão crescimento em movimentação de grãos neste ano: os de Barcarena
(PA), Itacoatiara (AM) e Santarém (PA).
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