AS AVENTURAS DO DETETIVE FROXÔ
JM Cunha Santos
EPISÓDIO DE HOJE:
O time dos sonhos
De férias nas Bahamas, o detetive Froxô, queimado de sol, tomando água de côco com coliformes fecais produzidos em laboratórios terceirizados pelo governo maranhense e envergando publicamente uma cueca vermelha no melhor estilo Eduardo Suplicy, recordava, tenso, os horrores de sua última missão: abafar o internacionalmente famoso escândalo do “Onze a Zero”, disfarçando-se em técnico de futebol, infiltrado como diretor da FMF.
Assim, Froxô, naquela cidade interiorana, formou seu próprio time que, tal como Rubinho Barrichelo pilota melhor na chuva, jogava melhor no escuro, quando faltava energia.
O goleiro do time era o Secretário de Comunicação agarrando pelos beiços tudo quanto é jornalista que escrevesse contra o governo.
O zagueiro central, o secretário de administração, era aleijado dos dois pés e o lateral direito, secretário de educação, só chutava com o pé esquerdo; o lateral esquerdo, secretário de saúde, só chutava com o pé direito.
O ponta-direita era o Secretário de Trabalho e Ação Social que preferia dar pontapés nas pessoas que na bola. O ponta-esquerda era o Secretário de Segurança Pública que acostumado a prender pessoas, prendia a bola até que o adversário tomasse. O meio campo estava ocupado pelo Secretário de Fazenda que criava dificuldades para distribuir a bola da mesma forma que criava para distribuir verbas.
O prefeito era o centro-avante e parecia mais preocupado em avançar em 50 mil reais que, estranhamente, estavam caídos no campo que em avançar na bola.
Froxô nunca entendeu porque também o seu time tinha perdido de onze a zero. “Que placar infame. Foi falta de apoio, foi falta de apoio”, reclama até hoje.
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