sábado, 17 de outubro de 2009

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AS AVENTURAS DO DETETIVE FROXÔ


JM Cunha Santos


Episódio de hoje:


Froxô investiga o Bolsa Família


- É o seguinte, detetive: os chefes não andam muito contentes com os resultados de suas investigações. Tive que me esforçar muito para que não fosses colocado em banho-maria, evitar uma suspensão. Consegui, entretanto, que te dessem uma última chance. Vás investigar o Bolsa Família.


- Que diabos! É por isso que não dá certo. Porque eu tenho que investigar esse bando de pobre? Eles não têm nem o que roubar.


- Pense detetive, pense. E trate de trabalhar.


O detetive Froxô estava tenso. E quando estava tenso costumava mexer onde não devia. Depois de muitas idas e vindas tinha em mãos um calhamaço de papéis com os resultados da auditoria do Tribunal de Contas sobre o mais elástico programa social da história do país. Começou pelas contas bloqueadas, esmiuçou as revisões cadastrais, visitou algumas residências até que se desse por satisfeito.

- E então, detetive? Qual o resultado das investigações?


- Depende. O Bolsa Família de 1,5 milhão de beneficiários pode ser suspenso a qualquer momento. Mas tem os Bolsas das Famílias de Astrogildo Quental, Silas Rondeau e Ulisses Assad que vão muito bem, obrigado.


- Mas do que diabos você está falando?


- Se quer saber, o Bolsa da Família de Collor de Melo não vai muito bem. Eles não conseguem mais reunir R$ 2 milhões para restaurar aquele jardim. O Bolsa da Família de Renan Calheiros também ta ruim porque nunca mais nenhuma jornalista quis saber dele. Bom mesmo tá o Bolsa da Família de Sarney. Tem dinheiro pra Fundação, tem nomeação secreta, tem verba da Petrobrás, tem dinheiro pra arraial...


- Froxô, não era pra investigar o Bolsa das Famílias! Principalmente DEEESSAS famílias. Era pra investigar o Bolsa Família. Ta suspenso!

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