JM Cunha Santos
“Coligar para não desmamar”. Eis um slogan que caberia com perfeição no PMDB de hoje, reduzido a Partido das Mamatas Democráticas Brasileiras desde que a morte, um a um, extraditou figuras proeminentes do colegiado.
Falamos de Ulisses Guimarães, comandante da Assembléia Nacional Constituinte, extraído do solitário MDB; Tancredo Neves, mineiro de São João del Rey, apóstolo das “Diretas Já” e primeiro presidente eleito do país; Teotônio Vilela, da Viçosa das Alagoas, jornalista, literato, menestrel e filósofo da democracia brasileira.
É recordar e bater de chofre com a eleição recente das executivas municipais do Partido como a que em São Luís elegeu Roberto Costa presidente do Diretório Municipal sob comando do “Carcará sanguinolento” João Alberto, vice-governador do Estado a reinar absoluto sobre o Partido no Maranhão.
Cumprem, assim, o ofício silencioso dos bagrinhos a desmontar, ideológica e historicamente, ainda agora, a resistência, a luta pela volta ao estado de direito e a construção de uma pátria livre que foi múnus público dos supracitados sacerdotes da liberdade.
O hoje presidente do Diretório Municipal do PMDB em São Luís, Roberto Costa babou um discurso no qual falava em levar o partido, cujas preocupações com o povo segundo ele seriam bem visíveis, a todos os segmentos da população. Menos, é claro, aos professores, policiais, médicos, enfermeiros, perseguidos por salários de miséria e decisões unilaterais de Governo que massacram quase que o universo total dos funcionários públicos.
A missão: assumir de maneira determinada a defesa do governo ilegal de Roseana Sarney. Ossos do ofício. O ofício silencioso dos bagrinhos. O sonho: construir em São Luís uma aliança com o Partido dos Trabalhadores em torno da candidatura de Roseana. Isto, hoje, é possível. Só não contem com a força daquela militância que de corpo e alma se dedicou a enfrentar a mais nefasta oligarquia do país, infelizmente instalada no Maranhão.
Na empolgação de seu discurso, Roberto Costa fala em mostrar ao povo as realizações do governo nestes últimos seis meses. É tratar de fretar ônibus leito, de preferência com ar condicionado e zarpar para o canteiro de obras da Hidrelétrica de Estreito, para o terreno grilado da Refinaria Premium, visitar os cofres abarrotados da Cia. Vale do Rio Doce e da Alumar e tudo de privado que o monopólio de propaganda de Sarney tenta transformar em obras de Governo.
O apoio à candidatura de Dilma Roussef era mais que esperado e está perfeitamente circunscrito ao slogan “coligar para não desmamar”. Por dinheiro, o PMDB apoiaria o terrorista Osama Bin Laden.
Aliás, todo mundo vai apoiar Dilma Roussef, até mesmo Leonel Brizola revirado em seu túmulo trabalhista.
Costa também quer aproximação com os movimentos sociais e com o movimento estudantil para mostrar as obras da governadora em prol de São Luís. Sei de uma: o extermínio do PAC Rio Anil.
Finalmente, o futuro qualquer coisa Roberto Costa garante que seu partido não vai fazer oposição a João Castelo. Não tem como. Se fizer perde até os últimos votos do Fundo de Reserva do PMDB. Castelo trabalha e parece disposto a fazer de São Luís o que ela merece ser: uma grande cidade, um grande pólo turístico, a capital asfaltada e limpa que Tadeu Palácio quis destruir.
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