segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Psicose


(Ao Dr. Rui Palhano


Ao Dr. Geraldo Melônio)



Doutor, não examine a minha carne
não faça nela ultra-sonografias
não infrinja tomografias computadorizadas

Nada há em minha carne que já não seja passado
ou tenha sido testado, examinado, curado
Não há em minha carne um único lugar
onde caiba uma nova dor


Antes, Dr.,
examine a minha alma.
É onde estão as doenças desconhecidas
os males incuráveis
é onde residem os germes não descobertos
as viroses violentas, as bactérias alienígenas
as doenças venéreas do coração

É nela Dr. na minha alma,
exatamente dentro dela,
que a poesia insiste em sobreviver

2 comentários:

  1. Não conhecia suas poesias,poxa,ameiii,li de uma só vez!rsrrs
    Faça mais postagens,é muito bom ler poesias assim,algo que vem de um ser que sabe usar cada palavra,cada sentimento...gostei mesmo. :)

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