JM Cunha Santos

O SONHO DE ÍCARO E O TURISMO ELEITORAL
JM Cunha Santos

Não tem nada melhor que dinheiro do povo. Os blogs dos jornalistas Luís Cardoso e Raimundo Garrone noticiaram esta semana uma monumental farra financeira, de quase 11 milhões de reais em diárias, praticada no Governo em apenas seis meses para que funcionários do peito (ou do pleito) vivam voando pra lá e pra cá. Em quatro meses, os gastos com diárias do governo Jackson lago foram pouco além de 350 mil reais.

Diga, doutora Roseana, para onde está indo tanta gente?

“Voar, voar, subir, subir”, como diz a canção, parece ser o slogan implícito em pelo menos duas dezenas de Secretarias de Estado cujos titulares são candidatos enquanto o dinheiro do povo desce o esgoto da má gestão e disputas eleitorais internas, entre pastas diversas, amordaçam a administração porque o megalomaníaco governo da doutora Roseana não consegue fazer nada que se aproveite.

“Voar, voar, subir, subir”, o sonho de Ícaro vagando nas Secretarias de Administração, de Saúde, de Educação, de Planejamento e tantas outras, provoca revolta entre os demais funcionários - os que não voam, caem – se não representam votos nem se aliam a essa política do saque a descoberto nos cofres públicos.

Mas enquanto os funcionários da itinerância aeroespacial realizam o sonho de Ícaro, o povo, atirado aos labirintos do rei Minos, já percebe que o governo pretende controlar mar e terra com o dinheiro público, fazer de tudo para evitar a derrota eleitoral que inexorável se avizinha.

Os funcionários do governo, no entanto, não seguem a orientação de Dédalo e voam próximos demais do sol. Suas asas de cera – porque tudo nesse governo parece ser de cera – estão se derretendo. O povo não é besta e vai cobrar nas urnas essa farra de diárias, esse turismo eleitoral. Vão, todos estes secretários, parar na ilha de Icaria, enterrados junto com os cofres do Estado e mais e uma montanha de urnas vazias. Para que descubram que, de verdade, o sonho de Ícaro nem era voar; o sonho de Ícaro era a liberdade. A mesma liberdade com que a quarenta anos sonha o povo do Maranhão. E desta vez, em nome de Deus, haverá de conseguir.