JM Cunha Santos

OS LOBOS, A REFINARIA E A CAPIVARA
JM Cunha Santos

Os lobos estão com fome, correndo em círculos pra alimentar a matilha. Edinho Lobão quer ser vice de Roseana e já ameaça a família Sarney de que sem essa conquista o Lobobão não vai trazer Refinaria pra cá coisa nenhuma. Roseana, denuncia o deputado Marcelo Tavares, por seu lado, ameaça o povo: ou votam nela ou não tem petróleo para os carrinhos de mão, carrinhos de bebês e os carros novos da polícia que Eurídice Vidigal comprou, Roseana guardou e só distribuiu depois de descaracterizar as exigências do PRONASCI.

Roseana arma sua reeleição, mas os lobos sentem cheiro de carniça, uivam alto e Edinho Lobão dispara: “não existe nenhuma garantia de que a Refinaria seja instalada no Maranhão”. A única garantia deve ser sua candidatura a vice-governador com direito a choques eletromagnéticos do Ministério das Minas e Energias.

A amizade entre os lobos e o rei Midas do Senado azeda porque essa refinaria “vai-e-volta” é a principal força motriz do culto à personalidade, no melhor estilo da realpolitik stalinista, que hoje se promove no Maranhão em torno de uma governadora que de “guia dos povos” não tem nada. Faliu eleitoralmente.

Enquanto desvaloriza o debate político e despolitiza os conflitos existentes no Estado, o culto à personalidade da governadora assenta-se no arcabouço de um monopólio de mídias privado, mas também estatal já que 80% dos recursos dessa rubrica acabam no Sistema Mirante de Comunicações.

Diz Ivo Lesbaupin, sociólogo graduado em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco: “para analisar um governo é preciso deixar de lado as características pessoais e verificar a que interesses estas políticas atendem e a quem atende principalmente”. É isso que está faltando e é disso que os lobos estão reclamando: ousar ver além do que está sendo dito e do que está sendo divulgado. E além do que está sendo dito e divulgado, falam que os lobos devem se recolher às pradarias porque esta é a hora e a vez das capivaras. Afinal, assim como alguns senadores, elas sabem dormir submersas, apenas com o focinho de fora, farejando a hora correta de dar um bote na legislação; sabem como se esconder dos juízes predadores e são tolerantes à vida em ambientes alterados como o Senado da República e o Governo do Maranhão. Os lobos sequer podem caçá-las, posto que assim como os senadores, elas também são protegidas por lei.