quarta-feira, 30 de março de 2011

A alcova e o helicóptero

JM Cunha Santos

Em algum lugar, por algum motivo, o poeta perguntou: “o que será que andam suspirando pelas alcovas”? Alcova é o lugar oculto onde a licensiosidade do ser humano lhe permite cometer pecados sem se arrepender; é onde os gabinetes dos príncipes planejam os assassinatos dos reis. A alcova é aonde a mulher trai o marido e o marido trai a mulher, mas é também o lugar onde os governantes traem o povo; a alcova é o lugar de fazer promessas que nunca serão cumpridas, apesar dos lençóis brancos e da sensação de paz.

Não sei por que as alcovas lembram aquele helicóptero que nas eleições de 2010 prometia viadutos, elevados, cidades litorâneas e hospitais futuristas que a governadora Roseana Sarney ainda não fez acontecer.

Aquele helicóptero de 15 milhões de dólares é a alcova da enganação, do subterfúgio e ele ainda sobrevoa à procura de R$ 800 milhões de empréstimo pedido ao BNDES que sumiram no ar, quem sabe carregados pela força das hélices do helicóptero.

O sonho de Ícaro era voar, voar, subir, subir com suas próprias asas. Mas num determinado dia o povo, como Fênix pensou que seria possível ressurgir das cinzas. Mas tanto as asas de Ícaro como as cinzas da Fênix de nada nos serviram porque uma dinastia familiar tomou conta do Maranhão.

A alcova nem sempre é um lugar triste. Nela se brinca carnaval, bumba-boi e se houver dúvidas até o cacuriá, só não se brinca de Governo. É por isso que o Maranhão está se tornando uma alcova sem esperanças, um helicóptero desgovernado e sem combustível que ninguém sabe aonde vai cair.

2 comentários:

  1. Sábio post. Já sabia que isto iria acontecer. Quem ainda se lembra, na época em José Reinaldo era o candidato da oligarquia, da alça que seria construída por cima da ponte do São Francisco para melhorar o trânsito naquela área que saiu no jornal da oligarquia um dia antes da eleição? Eles são donos de prometerem e não cumprirem.

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  2. São sim. E nós, os enganados precisamos lembrar dessas promessas de vez em quando para que não pensem que também somos otários.

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