Medida é tomada um dia após a aprovação da resolução da ONU autorizando uma intervenção no país
O ministro das Relações Exteriores da Líbia, Musa Kusa, anunciou nesta sexta-feira, 18, cessar-fogo e a interrupção de todas as operações militares no país. Segundo Kusa, a medida foi tomada como forma de proteger a população civil da Líbia.
"A Líbia agora tem o conhecimento desta resolução, e de acordo com o artigo 25 da Carta das Nações Unidas, e levando em consideração que a Líbia é um membro plena da ONU, nós aceitamos que é nossa obrigação aceitar a resolução do Conselho de Segurança", disse o ministro em um discurso transmito pela televisão líbia. "Dessa maneira, a Líbia decidiu um cessar-fogo imediato, e a interrupção de todas as operações militares".
Segundo Kusa, a medida foi tomada pois o país tem grande interesse em proteger todos os civis, e que eles tenham todo o acesso necessário a ajuda humanitária. "Nós enfatizamos e concordamos com o artigo (da resolução 1973 do Conselho de Segurança) que fala sobre proteção dos civis e da unidade territorial da Líbia", disse o ministro, que também reiterou o comprometimento do governo em respeitar os direitos humanos e leis humanitárias e internacionais.
O ministro finalizou seu discurso dizendo que a Líbia está aberta para diálogo. "O Estado da Líbia encoraja a abertura de todos os canais de diálogo com qualquer um interessado no território Líbio. Queremos propor uma nova resolução para o Conselho de Segurança".
A França disse que segue cautelosa depois do anuncio de um cessar-fogo, e afirmou que a ameaça no terreno não mudou na Líbia.
"Precisamos ser muito cautelosos. Kadafi agora está começando a ficar com medo, mas no terreno a ameaça ainda não mudou", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Bernard Valero à Reuters TV.
Ontem, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a resolução 1973, com dez votos a favor e cinco abstenções - Alemanha, Índia, China, Rússia e Brasil. O texto aprovado que autoriza a aplicação de uma zona de exclusão aérea de forma imediata e qualquer medida adicional - menos uma incursão terrestre - para impedir ataques que possam resultar na morte de civis.
A intervenção militar autorizada pela ONU contra as forças de Kadafi já estava sendo preparada e deveria começar a qualquer desta sexta-feira, segundo declarou o porta-voz do governo francês, François Baroin, em entrevista à rede RTL. Além da França, o Reino Unido, a Noruega, a Suécia e a Dinamarca já haviam anunciado participação na operação. A Itália colocou à disposição suas bases militares no Mediterrâneo.
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