ISTO NÃO É

JM Cunha Santos

Quando se trata de Maranhão, a revista Isto É restringe-se a lamentáveis e contínuos dossiês de matérias compradas ou dirigidas de forma que melhor se lhe assentaria o título de Isto Não É Confiável. Já houve casos tão rocambolescos que obrigaram a revista a circular no país com duas capas, uma para o Maranhão e outra para o resto do Brasil. Se isto foi possível, todo o mais é possível para a avacalhação do jornalismo nacional por este semanário.

Pode até ser que algo de verdadeiro esteja publicado na matéria “Os hospitais de Roseana na UTI”, mas se saiu na revista Isto É o melhor é desconfiar de que a maior parte é mentira e que se trata de arranjo político pago e muito bem pago para atingir o Secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad. Afinal, não seria a primeira vez, com outros personagens e em outro momento da história.

A revista fala que fraudes em licitações para a construção de hospitais no Estado somam quase meio bilhão de reais e que um levantamento das ordens bancárias de 2010 mostra uma série de repasses que indicam a prática de caixa 2 para abastecer a campanha de Roseana Sarney ao governo do Maranhão. Só não diz em que provas se baseia para fazer tais afirmações.

Um paralelo entre as afirmações da revista e a Nota Oficial do secretário Ricardo Murad deixa os maranhenses cheios de dúvidas. A revista diz que apenas 12% do cronograma foi cumprido e a verba pública liberada já ultrapassa 418 milhões. O secretário Ricardo Murad afirma que 70% do cronograma já foi cumprido. E, para que ainda mais se desconfie que Isto Não É confiável, o semanário se contradiz: as fraudes, segundo eles, chegam a maio bilhão, mas as verbas liberadas são de R$ 418 milhões.

Segundo o secretário, até junho de 2012 todas estas obras estarão inauguradas e em funcionamento e ainda em 2011 todas as UPAS e 42 dos 72 hospitais estarão em funcionamento. Não vejo razões imediatas para descrer dessas afirmações, embora as obras tenham sido prometidas para 2010, um lapso de tempo que não parece tão destoante quando se avalia o gigantismo do Programa Saúde é Vida. O que tenho como certo é uma coisa só: em se tratando de bom jornalismo a Isto Não É confiável.