JM Cunha Santos
Filhos não sofrem, transferem dores. Não partem, viajam dentro da gente;
Filhos não crescem, esticam as ilusões; não tardam, eternizam as madrugadas.
Filhos não adoecem, aumentam o dia; não pensam, preocupam o futuro.
Filhos não entendem, modificam; não esperam, chegam antes de nós.
Filhos nunca estão aqui nem lá, estão presentes; não vão nem ficam, passeiam na solidão dos pais.
Filhos não adormecem, trocam nossos sonhos; não erram, mudam nossas virtudes;
Filhos não são crianças, são projetos que não podem dar errado; não pecam, inventam o perdão.
Filhos não abraçam, cercam para sempre; não respiram, fazem faltar o ar.
Filhos não escolhem, obrigam; não choram, desrespeitam nossa dor.
Filhos não pedem, dão ordens; não fracassam, esperam por nós.
Filhos são filhos e em sendo filhos não morrem; se diluem em nossas veias à procura de respostas que também nós não conseguimos encontrar.
E que nos sejam plenas todas as certezas de que entre todas as alegrias os filhos serão a maior alegria e de que entre todas as dores não haverá dor maior.
Caríssimo poeta,
ResponderExcluirSuas palavras certeiras , poéticas e cortantes, atingem meu coração de mãe e avo , já perdi pessoas queridas, pai e irmão, mas nada se compara a perda de um pedaço da gente. Me solidarizo com a dor da família e envio minhas orações ao senhor Deus de todos nos ,para que console e acalente a todas as pessoas desta família.
Não consigo conter as lagrimas que seu texto provocou.
Grata por tanta sensibilidade e certeiro uso de palavras para expressar o que sao os filhos de nossa vida e alma.
Com admiração e respeito.
Dulce Britto
ulce e JM... ainda em meu ventre, perdi um bebê e senti muito... hoje, mãe de duas lindas garotas de 14 e 13 anos de idade, não consigo imaginar essa dor ... só de pensar, me arrepio e choro(como agora estou)... só de vê-las sofrendo por uma dor qualquer, uma queda, uma virose eu simplesmente sinto aqui dentro de mim, é inexplicável!Eu, Alessandra, mulher, profissional e mãe... simplesmente MÃE!Emociono-me ao ler palavras tão simples e ao mesmo tempo tão fortes... Sensibilizo-me com a dor que a família de Flávio Dino está sentindo e inevitavelmente me transcendo para esse mesmo sentimento. Depois que temos filhos, nossos sentimentos afloram em pequeninas mãos, bocas, sorrisos, olhares, pequenos gestos e palavras que não saem de nós, simplesmente saem de pedacinhos de gente que colocamos no mundo... Que DEUS abençoe a todos esses pais que de alguma forma demonstraram e demonstram carinho e um imenso sentimento de pesar por essa perda de Flávio Dino.
ExcluirUm grande abraço a todos!
Dulce, você me convence de que nada se deve pensar sobre as pessoas antes deconhecê-las. Há mais poesia em você do que você imagina.
ExcluirVocê me fez pensar, Alessandra. Pobres de nós homens, que não temos o direito de ser mães. Nunca encontraremos as raíses reais do amor e da poesia...
ExcluirNobre amigo Cunha,
ResponderExcluirSempre fui admirador de seu texto dada à lucidez e facilidade com que você consegue ordenar as palavras e se fazer entender muito bem. Principalmente palavras inspiradas pela dor de imaginar um pai e uma mãe que perdem um pedaço de si assim... simplesmente. Me emocionei e pedi a Deus nosso Pai que eu nunca viva essa dor. E que Deus conforte as almas de Flávio, sua esposa e os irmãos do Marcelo.
Agradeço, Luís Carlos. É qusse impossível imaginar tamanha dor.
ResponderExcluirParabéns pelo belíssimo texto.
ResponderExcluirObrigado, deputado. Vindo de você, cujos textos sonheço e admiro, é um ótimo incentivo.
ResponderExcluirCunha, não é de hoje que acompanho seus textos... o que posso dizer? Que vc é um gênio? um poeta? um tradutor de sentimentos? de revolta? de anseio?... Posso dizer tb que vc é apenas talentoso, mas isso seria injusto, pois não possui apenas facilidade para escrever, vc tem um DOM. O dom de alegrar a alma que lê seu texto, mesmo nas horas mais difíceis. Parabéns.
ResponderExcluirQuerida Isabela, que me dê Deus, realmente, esse poder de traduzir sentimentos.
ResponderExcluirUm dia, quem sabe, a poesia venha nos salvar a todos. Belos versos.
ResponderExcluirQue assim seja!
ResponderExcluirCunha Santos voce ,sem sombra de duvidas, e' o mais brilhante jornalista do Maranhao. Parabens pelo texto.
ResponderExcluirObrigado, muito obrogado, companheiro!
ExcluirVou verificar, anônimo. Mas sei que o Poder Judiciário nos últimos tempos anda se envolvendo em coisas do arco da velha.
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