Editorial do Jornal Pequeno, sábado, 17
Chantagem parlamentar. A expressão deve cair no gosto popular se a presidente Dilma resolver peitar os lordes do Congresso Nacional, como parece ser sua vontade e promover desovas administrativas inesperadas, como a da turma do Sarney do setor elétrico ou de Renan Calheiros do Senado da República. Tem-se dito muito que o modelo político brasileiro faz dos presidentes reféns do Congresso Nacional. Parece que tudo o que é do interesse do governo, mesmo que implique em maior bem estar para a população, só é aprovado em troca de cargos e benesses e essa é uma realidade que mancha a democracia brasileira.
A chantagem começa ordinariamente ainda nos períodos pré-eleitorais. Os partidos vendem horários de televisão, apoio institucional e votos em troca de gordos orçamentos localizados em ministérios e secretarias. Assim, o PMDB de Sarney domina o setor elétrico, o PC do B não aceita ficar sem o setor de transportes, o PTB insiste em dominar os recursos trabalhistas e o país passa a ser governado ao sabor de um sistema de trocas que beira à extorsão.
No fundo, os apetites partidários são insaciáveis. A República se sustenta num terrível modelo de sublocação onde o que menos importa são os deveres administrativos para com a Nação. Nascem e morrem aliados de acordo com interesses que não visam em nada melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro. São interesses escusos, espúrios e eleitoreiros. As alianças urdidas no período pré-eleitoral são esticadas para uma possível convivência harmônica com o que se convencionou chamar de base aliada. Assim se gerou o mensalão e outros desvios criminosos no governo Lula. Os congressistas parecem achar que merecem ser pagos e muito bem pagos para salvar o Brasil não se sabe do quê, se não é deles mesmos.
A chantagem contra presidentes da República é tão violenta que quase sempre eles são aconselhados a ceder a todos os pedidos, por mais escabrosos e vis que sejam. Não há nenhuma forma de pureza nesse tipo de relação. A presidente Dilma, dizem, joga um jogo perigoso, embora se saiba, por todos os fatos, que ela está com a razão. Mas joga bem. Quando defenestrou dos cargos ministros corruptos esperava-se por uma reação em cadeia dos partidos atingidos. A reação não veio porque os ministros saíram, mas os partidos mantiveram os cargos. Mas isso também pode mudar.
De qualquer modo, as reformas estão acontecendo. Lentamente, sem muito alarde e apesar dos estrilos. A primeira aconteceu no Ministério, a segunda se desenvolve no Senado e a maior de todas elas acontece na Justiça, sob a guarda do CNJ que resolveu ser implacável com o tráfico de influência. As reações esperadas certamente virão, mas a presidente se imuniza dos ataques dentro de um confortável patamar de 70% de aprovação da população brasileira ao seu governo.
É um sonho quase impossível, mas talvez já seja possível pensar que a sublocação da República chegue ao fim ainda neste governo. Pior para todos eles. Pior para os corruptos.
Cunha Santos.
ResponderExcluirCunharam uma frase que diz, cuidado com quem veste saias, mulher, juiz. padre, pois a frase vale a dilmaquinista veste saia e diz saia e les saem pelas portas do fundo da política rasteira que eles faziam no parlamento, agora é um Deus nos acuda, pois até na casa domacunaím dollllua já foram e pedir prá queele interceda e ele malandro o herói sem carater de Mário de Andrade disse eu posso memeter depois de trinta dias pois estou convalescedo, então aprocissão puxada por SARNEM, não vingou e nem vai vingar, pois é chegada a hora da onça beber água e o caçador foi caçar e vorou caça.
Se é verdade que o Lula pensa em voltar a presidir o Brasil mais uma vez nao vai ajudar ninguém contra a Dilma.
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