JM Cunha Santos
O jornalismo maranhense em todas as suas nuances, efeitos e defeitos foi tema de debate em audiência pública convocada pela deputada Elizane Gama, realizada ontem na Assembléia Legislativa, sob coordenação da Comissão de Defesa de Direitos Humanos e Minorias, presidida pelo deputado Bira do Pindaré. Louve-se a presença do representante da Secretaria Estadual de Comunicação, Ormuz Rivaldo; lamente-se a ausência do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Maranhão e do Sindicato de Radialistas.
No centro do debate, a insegurança no exercício da profissão, os limites impostos à liberdade de expressão, as relações entre jornalistas e o poder público, a qualidade, inclusive ética, do jornalismo que se produz nos dias de hoje. Também o comportamento da mídia diante da evolução tecnológica que permite um novo tipo de informação, desprotegida e que pode ser praticada por qualquer pessoa sem o mínimo de formação acadêmica ou cultural.
Entendendo-se que jornalistas, social e sociologicamente, não são pessoas amadas, até pela natureza do trabalho que atinge diretamente os setores mais deformados dos grupos sociais diversos, como os responsáveis pela corrupção no poder público ou um tipo de crime organizado cuja movimentação financeira é, muitas vezes, superior às das indústrias.
O confronto entre a responsabilidade profissional e a imagem do jornalista deu o tom de uma audiência pública que também discutiu a estrutura das empresas de comunicação maranhenses. Segundo o professor Francisco Gonçalves, uma pesquisa indicou que entre as empresas de comunicação do Estado somente quatro têm rendimento superior a 1 milhão de reais por ano. A invasão da profissão ficou em destaque: Anacleto Araújo chegou a dizer que, nos dias de hoje, para se tornar radialista, basta que se saiba atender telefone. Em outra oportunidade voltaremos a falar sobre a AP “O Jornalismo no Estado Democrático de Direito: realidade e soluções”.
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