domingo, 8 de julho de 2012

Muita calma nessa hora

Editorial do Jornal Pequeno

Edição de 8 de julho de 2012

Tudo o que se diz, hoje, sobre a política de alianças no Brasil está confirmado com o alianção de 14 partidos que vai gravitar em torno do candidato Washington Oliveira, do PT, apoiado pelo grupo Sarney. A chapa “Juntos por São Luís” é um dos exemplos, senão o melhor, de que os partidos políticos no Brasil não formam alianças ideológicas ou programáticas. Antes que isso, preocupam-se com o tempo disponível no palanque eletrônico e com os cargos disponíveis ao poder.

As eleições de 2012 em São Luís construíram as mais estapafúrdias alianças políticas e criaram situações tão disparatas que provavelmente vão proporcionar a maior guerra judicial da história política da capital. Nesse cenário, a executiva nacional do PSB dissolveu, intempestivamente, o diretório estadual do partido e destituiu toda a direção, inclusive o presidente José Antônio Almeida, que, aliás, até que tomou essa iniciativa, de pedir para sair, depois de sentir que a sua decisão, também intempestiva, de destituir o presidente da comissão municipal provisória, Roberto Rocha, estava indo por água abaixo. No PPS, a candidata Eliziane Gama quase foi agredida fisicamente por candidatos a vereador de seu próprio partido.

A julgar pelo número de candidatos, essa será a maior e mais movimentada eleição de São Luís, com todas as contradições que foram percebidas nas arrastadas coligações e na escolha dos vices. Espera-se, apenas, que as ‘metralhadoras verbais’ sejam colocadas nos respectivos armários e que os candidatos se portem civilizadamente.

Quem quer o melhor para São Luís vai torcer por uma campanha propositiva, sem baixarias e sem os famigerados dossiês – muitos montados – para infernizar a vida dos adversários, conforme já se ouve nos bastidores. São Luís não suporta mais isso.

As executivas nacionais intervieram e quatro chapas ‘puro sangue’ concorrerão nas eleições de 2012, inclusive a do prefeito João Castelo. Essas intervenções provocaram um verdadeiro desarranjo eleitoral para candidatos a vereador que esperavam pela contribuição das legendas para disputarem no mesmo nível de outros candidatos. É grande o desalento.

Os aspectos iniciais dessa campanha política são preocupantes, se avaliarmos que estarão nas ruas muitos partidos desestruturados, desarrumados e cindidos por opções divergentes.

“Os insatisfeitos que não se enquadrarem às deliberações da legenda serão convidados a sair”, bradou, por exemplo, Roberto Rocha, candidato a vice-prefeito na chapa de Edivaldo Holanda Júnior. Compreende-se o ‘troco’; afinal, acabara de ser defenestrado da presidência da comissão municipal provisória do PSB. Mas não por isso deverá guardar a raiva no freezer, porque, afinal de contas, 2014 está por vir.

A cisão no PSB é a mesma que se vê em outros partidos, a exemplo do PPS e do PDT. As ameaças de expurgo e debandada estão se tornando constantes no universo das alianças políticas que se formaram em São Luís.

O que sairá de toda essa tensão e dissidências pode não ser bom para as eleições estaduais de 2014. É preciso que todos os envolvidos se acalmem e tenham a consciência de que existe um adversário em comum para a sucessão da governadora Roseana Sarney. Difícil? É. Mas não impossível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário