JM Cunha Santos
E o jornal do Sarney publicou, na segunda-feira, na coluna “Estado Maior”, sob o título “Números do prefeito”, uma perturbadora ilação sobre índices cozidos na Escutec para concluir que o prefeito não está com a bola cheia. Seguindo esse raciocínio, se a bola de Castelo não está cheia, a de Washington Oliveira está furada.
A publicação não passa de uma tentativa inócua de desmentir que, mesmo ocupando o cargo e enfrentando outros sete candidatos, o prefeito João Castelo lidera as pesquisas. E lidera sendo fulminado dia e noite pelo monopólio de comunicações de Sarney que inclui, por baixo, 90% dos órgãos de comunicação do Estado. Sem contar os que são cooptados pelo governo às custas de material publicitário quase sempre inverídico.
Deveriam publicar também os “Números do não prefeito”, ou seja, o candidato impossível de se eleger que, embora aliançado com 14 partidos, secundado por uma multidão de candidatos a vereadores e cabos eleitorais adquiridos, além da poderosa máquina do Estado, não consegue alcançar dois dígitos em pesquisa nenhuma. Arrisca-se, inclusive, a ter menos votos que o candidato Marcos Silva, do minúsculo e radical PSTU.
Os números do não prefeito resvalam até quando se trata de gastos de campanha. Primeiro previram gastos da ordem de R$ 30 milhões e agora comunicam ao TRE que vão gastar R$ 8 milhões. Se afirmam que 34% do eleitorado não votariam em Castelo de jeito nenhum, porque não concluem que quase 100% do eleitorado jamais votaria em Washington Oliveira, a julgar pelos seus parcos índices de intenção de votos?
A manipulação dos dados em pesquisas eleitorais é um fato da política brasileira. E aqui há claros sinais de que essa interpretação do “Estado Maior” é mais uma tentativa de desvirtuar a realidade. São eles mesmos que dizem que a maioria do eleitorado prevê, espontaneamente, que o prefeito João Castelo será reeleito. Mas será essa a mesma maioria que, segundo eles, não votaria no prefeito de jeito nenhum?
Nem dá para entender.
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