quinta-feira, 12 de julho de 2012

UM GOLPE DE MESTRE

JM Cunha Santos

Com o poder de convocar eleições a qualquer tempo entre 1º de julho e 22 de dezembro, conforme emenda constitucional colocada em pauta e aprovada na Assembléia, o presidente Arnaldo Melo sufocou as pretensões dos demais candidatos à Presidência e forçou o até então negado apoio do governo do Estado à sua reeleição.

A emenda foi colocada em pauta num ano de eleições, quando não interessa ao governo expor as brigas intestinas de grupos e subgrupos que disputam a herança do sarneisismo de olho nas eleições de 2014. O exíguo prazo de 48 horas para registro de candidaturas deixou os demais postulantes numa saia justa. Ficou difícil se articular a qualquer tempo e em tão pouco tempo, pois só o presidente Arnaldo Melo podia ter certeza de quando seria dado início ao processo eleitoral no Poder Legislativo.

Até ontem, acertado o consenso em torno da reeleição de Arnaldo Melo, que nas últimas horas teria garantido o apoio da governadora Roseana Sarney, alguns ainda arriscavam que o Bloco Parlamentar pelo Maranhão lançaria outro candidato. Difícil, se de fato Arnaldo tiver conquistado o apoio da governadora Roseana Sarney. Outras especulações garantiam que Ricardo Murad estaria certo como vice-presidente na chapa de Arnaldo Melo e que seria o deputado Max Barros – os dois eram as principais opções de Roseana na Presidência – o 1º secretário. O governo, assim, se sentiria confortável para forçar decisões no Poder Legislativo, mesmo porque o próprio Arnaldo Melo pertence ao Bloco Parlamentar pelo Maranhão.

Há quem diga que consenso em política só existe no paredão. Não houve, portanto, consenso entre o governo e a base aliada para a reeleição de Arnaldo Melo. Houve, sim, um golpe de mestre que deixou o governo sem saída. Com a eleição desta quinta-feira, Melo passa a ser o segundo na linha sucessória de Roseana Sarney, pronto para assumir o governo e conduzir o processo eleitoral do ano de 2014.

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