Meninos do buchão

JM Cunha Santos

A transição política, se deixados sem controle os meninos de buchão, torna-se um risco para qualquer mandatário recém eleito. A transição não é mais a hora dos apaixonados e inconseqüentes que tem lá sua serventia enquanto o candidato está em campanha. Fazer política é outra coisa. Nada melhor que uma transição pacífica para quem foi eleito, para quem deixa o cargo e, muito especialmente, para o eleitor.

O prefeito João Castelo assumiu uma postura de dignidade política, ligando para Edivaldo Holanda Júnior, cumprimentando-o pela vitória e se colocando à disposição para realizar a indispensável transição do poder. E isto quando havia até quem esperasse por ações na Justiça contra a eleição do candidato da coligação “Muda São Luís”. Não é sempre que um político faz isso; alguns se negam até a passar a faixa ao sucessor.

Mas há meninos do buchão sem controle querendo atrapalhar tudo. Vozes furiosas estão vindo da Rádio Capital, dia e noite, desfeiteando, insultando, humilhando, provocando o atual prefeito que, se não sabem, prefeito permanece até o dia 31 de dezembro.

O que fazem é prestar um desserviço à democracia. Estão jogando farofa no ventilador, ateando fogo em monturo, diminuindo o valor de uma histórica conquista da oposição maranhense, que venceu o grupo Sarney e venceria em São Luís qualquer que fosse o eleito no segundo turno. Quem mais precisa que essa transição se dê pacificamente, sem tumultos, é o candidato que venceu. É sobre ele que vai pesar, a partir de janeiro, a responsabilidade histórica de governar São Luís por quatro anos.

Só o que estão conseguindo é dar um péssimo exemplo, promover a desordem e colocar em xeque a legitimação política conquistada nas urnas pelo prefeito eleito de São Luís.