Editorial,
Jornal Pequeno, 30 de outubro
O
prefeito João Castelo deixará a Prefeitura em janeiro de 2013, como diz, com a
consciência do dever cumprido. Os erros que o levaram a uma derrota,
provavelmente foram mais de natureza política que administrativa. A São Luís
que encontrou era de fato intransitável, as avenidas esbandalhadas, os
hospitais públicos liquidados e 219 escolas completamente deterioradas. A São
Luís que existia quase que precisava ser reconstruída. E o prefeito fez o que
era possível dentro do que o minguado orçamento municipal permitiu.
O
prefeito agora recolhe os 41 anos de uma vida pública que atravessou todos os
grandes momentos da política maranhense na última metade do século passado. Era
governador quando eclodiu em São Luís a greve dos estudantes, no ano de 1979,
num momento em que os militares não permitiam nem reunião de clube de mães; mas
também foi o governador acusado de megalomania quando decidiu transportar as
águas do rio Itapecuru para São Luís, resolvendo um problema de abastecimento
secular e insuportável. De sua trajetória “megalomaníaca” consta ainda a maior
contribuição para dirimir o grave problema do déficit habitacional da capital
maranhense, com a construção dos conjuntos Cidade Operária e Maiobão.
Um
dos primeiros políticos da velha safra historicamente rompidos com o grupo
Sarney, Castelo chega aos 75 anos na condição de prefeito de São Luís e
anunciando o fim de sua carreira política. Homem de grandes projetos iniciou e
pretendia concluir a pavimentação asfáltica de toda cidade, o que era
impossível em um único mandato. E deixa engatilhados o Corredor de Transportes
Urbanos e o VLT, outros sonhos “megalomaníacos” do administrador de uma cidade
que, mesmo ultrapassando um milhão de habitantes, não cansa de ser província.
Castelo
não conseguiu se proteger da violência política do grupo Sarney que durante
quatro anos usou como pode o monopólio dos meios de comunicação no Estado para
perseguir seus projetos e programas. Enfrentou ações judiciais até contra obras
tão nobres quanto a construção do maior Hospital de Urgência e Emergência do
Nordeste. Não conseguiu se livrar das traições e conspirações urdidas no
decorrer de seu mandato e que vieram se revelar no limiar do segundo turno
dessas eleições.
Seus
adversários conseguiram um feito decisivo para a eleição: conquistar a
juventude disposta a substituir um por um os velhos caciques da política
maranhense. E isso é compreensível. Mesmo assim, mais de 220 mil eleitores, em
meio a uma abstenção que chegou a 22%, foram ás urnas dizer que queriam sua
permanência na Prefeitura. Castelo vai deixar a política ainda amado e
respeitado pelos eleitores de uma cidade sobre a qual costuma dizer: “Devo tudo
ao povo de São Luís”.
Para
além de todas as cisões deixadas pela terrível batalha eleitoral de 2012, outra
será travada de imediato com vistas ao ano de 2014. A batalha deste ano a
oposição venceu. A próxima diz respeito a perder ou vencer a guerra. Que se
recolham as vítimas, recarreguem-se as armas e unam-se os exércitos.
cunha santos.
ResponderExcluirUm belo gesto saiu pela porta d afrente, mas será que outros grande coturno, o mnda chuva da pepública teria este gesto de grandeza e himildade e diria em público que vai sair da polítca, é como na tropa d elite o2 pediu prá sair e zero um aesquerda vai pedir prá sair ou vão lhe jogar fora da tropa pelas portas do fundo.?
Sei não.
ExcluirCom certeza o que não garantiu a castelo a renovação de seu mandato foi que para cada 10 pequenos e médios acertos ele conseguia cometer um grande, muito grande erro e mais certo ainda, para aqueles que desejam sair da vida pública, ficar na história e ter seu livro consagrado que façam retiradas em grande estilo, pois o coronel manda chuva da república que já teve seu livro publicado pelo jornalista Palmerio Dória jamais será consagrado pelo mesmo.
ResponderExcluirPensei que o texto fosse sobre Abraham Lincoln!
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