quarta-feira, 24 de abril de 2013

Um auditório para José Dirceu

JM Cunha Santos

Cidadezinha atrasada essa São Luís! Uma das figuras mais proeminentes da República à procura de um auditório para deitar falação sobre mensaleiros e Mensalão e ninguém conseguiu encontrar. No auditório da Associação Comercial o ar condicionado pifou, queimou, antecipando que o calor da mensagem era demais para seus volts. O ar condicionado não quis se meter na mesma “fria” em que estava a governadora.
A governadora Roseana Sarney recebeu o ex-ministro em pompas secretas e sem holofotes, mas na hora de ceder o auditório do Palácio Henrique de La Rocque descobriram-se goteiras escancaradas que, além de água, fariam chover perguntas inconseqüentes na cabeça do visitante. Desistiu. Pensaram no auditório do Sebrae, mas o piso estava em reforma e com tantas informações sobre empresas e empresários alguém lembrou de Marcos Valério e prefeririam não arriscar.
 Sem contar que corria solta a notícia publicada no Jornal Pequeno, de que prescreveram 2.918 processos penais envolvendo crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa em 2010 e 2011. E – adivinhem - nada menos que 98,5% das prescrições ocorreram no Maranhão e em Roraima. “Esse pessoal é mais entendido do que eu”, deve ter pensado José Dirceu procurando outro lugar.
Quando quiseram fazer a reunião num auditório do Palácio dos Leões, João Abreu, acostumado a reunir com deputados e prefeitos da base governista e da base quase governista, demonstrou muito boa vontade. Mas problemas com a iluminação e com os iluminados Luis Fernando Silva, Edison Lobão e Lobão Filho na Comissão de Orçamento inviabilizaram a palestra. 
Pensaram até em ceder o auditório da Assembléia Legislativa, mas depois de um discurso do deputado Magno Bacelar falando em “escapar fedendo”, José Dirceu tirou o time jurando que preferia, se houvesse, o auditório do Mercado do Peixe. “Mas lá tem CPI”, lembrou um jornalista e José Dirceu voltou. Voltou correndo para o sul-sudeste do país, pensando em fazer voto de silêncio e nunca mais falar.

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