JM
Cunha Santos
Cidadezinha
atrasada essa São Luís! Uma das figuras mais proeminentes da República à
procura de um auditório para deitar falação sobre mensaleiros e Mensalão e ninguém
conseguiu encontrar. No auditório da Associação Comercial o ar condicionado
pifou, queimou, antecipando que o calor da mensagem era demais para seus volts.
O ar condicionado não quis se meter na mesma “fria” em que estava a
governadora.
A
governadora Roseana Sarney recebeu o ex-ministro em pompas secretas e sem
holofotes, mas na hora de ceder o auditório do Palácio Henrique de La Rocque
descobriram-se goteiras escancaradas que, além de água, fariam chover perguntas
inconseqüentes na cabeça do visitante. Desistiu. Pensaram no auditório do
Sebrae, mas o piso estava em reforma e com tantas informações sobre empresas e
empresários alguém lembrou de Marcos Valério e prefeririam não arriscar.
Sem contar que corria solta a notícia
publicada no Jornal Pequeno, de que prescreveram 2.918 processos penais
envolvendo crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e improbidade
administrativa em 2010 e 2011. E – adivinhem - nada menos que 98,5% das
prescrições ocorreram no Maranhão e em Roraima. “Esse pessoal é mais entendido
do que eu”, deve ter pensado José Dirceu procurando outro lugar.
Quando
quiseram fazer a reunião num auditório do Palácio dos Leões, João Abreu,
acostumado a reunir com deputados e prefeitos da base governista e da base
quase governista, demonstrou muito boa vontade. Mas problemas com a iluminação
e com os iluminados Luis Fernando Silva, Edison Lobão e Lobão Filho na Comissão
de Orçamento inviabilizaram a palestra.
Pensaram
até em ceder o auditório da Assembléia Legislativa, mas depois de um discurso
do deputado Magno Bacelar falando em “escapar fedendo”, José Dirceu tirou o
time jurando que preferia, se houvesse, o auditório do Mercado do Peixe. “Mas
lá tem CPI”, lembrou um jornalista e José Dirceu voltou. Voltou correndo para o
sul-sudeste do país, pensando em fazer voto de silêncio e nunca mais falar.
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