Editorial
JP, 14 de maio
O
Tribunal de Justiça, nessa gestão do desembargador Antônio Guerreiro Júnior,
tem vencido etapas importantes no sentido de que cada vez mais se melhore a
prestação jurisdicional no Estado. Etapas que convergem para a solução de
velhos problemas que contribuem para a reclamada morosidade nos julgamentos de
processos comumente acumulados pelas mais diversas razões. A Justiça se
ressente, muitas vezes, da ausência de profissionais concursados, de auxiliares
qualificados, número restrito de juízes e promotores e engarrafamento nos
tribunais especiais e de pequenas causas.
O
recente esforço do Tribunal de Justiça é visível e incontestável. No último dia
30 o desembargador Guerreiro Júnior instalou oito varas judiciais em São Luís
que vão, inevitavelmente, agilizar o julgamento da demanda pela Justiça de 1º
Grau. E observe-se que desde 1989 São Luís contava apenas com as 8ª e 9ª Varas
para atender a uma população que cresce vertiginosamente, na prática inviabilizando
o julgamento de processos em tempo hábil. Essas novas Varas vão tratar de
questões de natureza cível, mas foi criada também a Vara de Interesses Difusos
e Coletivos responsável pelo julgamento de questões de improbidade
administrativa, ambiental e urbanística.
São,
talvez, avanços sem precedentes, na história do TJ que também inaugura um novo
Fórum na Comarca de Imperatriz e inicia a construção de sedes provisórias para
17 juizados especiais da capital, em parceria coma Prefeitura Municipal de São
Luís.
Na
verdade, o excesso de lides numa cidade que chegou surpreendentemente a mais de
1 milhão de habitantes encontrou o Poder Judiciário desarmado para atender
convenientemente às relações sociais da forma que lhes são impostas. E o
desembargador Guerreiro Júnior parece ter tomado a decisão de deixar de apenas
ouvir protestos quanto a essa situação e resolver o problema de uma vez por
todas. Mas problemas equivalentes há em outros setores do Poder Judiciário que
ainda precisam ser equacionados. Um exemplo é a Defensoria Pública que, criada
apenas a partir da Constituição de 1988, com o objetivo de prestar assistência
jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos, se
acha ainda muito limitada no Maranhão. Basta dizer que dispõem de apenas 45
defensores para atender a 7 comarcas diferentes.
Na
semana passada, uma comissão de procuradores esteve no Tribunal de Justiça para
solicitar apoio do Judiciário à melhoria da estrutura da Procuradoria Geral do
Estado. Para eles também é grave a questão do contingente profissional. São
apenas 67 procuradores para atuar em cerca de 60 mil processos judiciais. Em
suma, o Maranhão precisa de mais procuradores e de mais defensores públicos e
no caso dos procuradores desde 1994 não é ampliado o número de vagas para o
quadro de pessoal.
O
bom funcionamento da Justiça, em todas as suas vertentes, é essencial para o
crescimento moral da sociedade. As vitórias até aqui alcançadas pelo
desembargador Guerreiro Júnior no TJ devem ser extensivas às promotorias,
defensoria e procuradoria. A elevação da Justiça, neste momento, precisa ser
uma das prioridades do Maranhão.
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