segunda-feira, 27 de maio de 2013

Heróis do Projovem

JM Cunha Santos

Parece que quando se trata de educação nada dá certo nesse Estado. O Projovem, programa de sucesso do Governo Federal, cujo objetivo é promover a inclusão social dos jovens brasileiros de 18 a 29 anos que apesar de alfabetizados não concluíram o ensino fundamental, é um monumental fracasso no Maranhão.
Em março de 2011 havia um atraso de 5 meses no pagamento dos professores; a última vez que tinham visto dinheiro foi em outubro de 2010, e assim mesmo sem incluir os recursos destinados a aulas práticas e qualificação profissional. O pagamento dos professores do Projovem a encargo do Estado está hoje com atraso de mais de um ano e o dos professores do município está rondando cinco meses. Se o objetivo do programa é a inclusão social dos alunos, é melhor que comecem a pensar na inclusão social dos professores porque miséria absoluta melhor do que essa nem nas mais pobres republiquetas africanas destroçadas por guerras tribais.
Os professores passaram por um processo seletivo que incluiu prova escrita e entrevista (prova oral) e só por isso deveriam ter recebido uma bolsa de R$ 1.000,00, além dos salários. Mas até agora só o que tem recebido é desculpas e promessas e assim mesmo a prestação, os que ainda têm algum crédito na praça. Não entendemos porque a classe política, a OAB, o Ministério Público não agem contra essa situação que passa de simples irresponsabilidade administrativa para se converter em verdadeiro ato de crueldade.
Pelo amor de Deus, senhores! Mais de um ano de atraso de pagamento seja lá para que tipo de profissional for é uma barbaridade. Em se tratando de professores que assumem a missão de resgatar do analfabetismo funcional a juventude do Estado, é um ato inominável. Depois de tanto tempo, as razões alegadas para esse atraso nem interessam mais. Dêem um jeito nisso, pois estão, no mínimo, cometendo um crime contra a coletividade. Da mesma forma que aluno com fome não consegue aprender, professor com fome não consegue ensinar.

Um comentário:

  1. Excelente, Cunha Santos! Temos que protestar contra situações como essa, antes que nos acostumemos com elas e elas passem do absurdo à norma.

    Abraços,

    Joaquim

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