Da Agência
Assembléia
Os deputados
Othelino Neto (PPS), Bira do Pindaré (PT), Eliziane Gama (MD) e Marcelo Tavares
(PSB) abordaram, na sessão desta terça-feira (28), a operação realizada pelo
Ministério Público do Trabalho, com o apoio da Polícia Federal, que resultou no
resgate de 25 pessoas que estavam trabalhando em condições de regime escravo na
Lagoa da Jansen.
Em seu discurso, o
deputado Othelino Neto criticou nota da Secretaria de Comunicação do Estado
(Secom), que informou que o governo não tinha conhecimento da irregularidade e
culpou a empresa responsável pelo serviço.
“Quer dizer que o
governo contrata uma empresa que não segue as exigências legais e coloca um
monte de trabalhador sem a mínima condição de trabalho, ferindo a legislação
trabalhista?”, contestou o deputado.
Segundo Othelino,
no laudo, os auditores do Trabalho, que estiveram no local, falam em
trabalhadores dormindo em barracas ao relento, sem banheiros, sem vestuários e
todos eles com procedência do município de Penalva.
O parlamentar disse
que é inadmissível o fato da empresa construir o arraial oficial da Lagoa da
Jansen e colocar 25 trabalhadores em condições precárias, dentro de São Luís,
na cara de todo mundo e o governo ainda divulgar que “não sabia de nada”.
Na condição de
presidente da Comissão de Direitos Humanos, a deputada Eliziane Gama lamentou o
episódio e informou que a CDH acompanhará a situação e fará os encaminhamentos
necessários para que o caso não fique impune.
“Temos levantado
uma preocupação com os dados do Maranhão referentes ao trabalho escravo, pois
infelizmente o nosso Estado capitaneia, no Brasil, a exportação de mão de obra
escrava nas suas mais variadas modalidades. Muitos casos de trabalho escravo
acontecem no interior do Maranhão, em povoados mais distantes, inclusive em
fazendas. Porém, temos este fato na Capital com a notificação e vários
agravantes, pois não é apenas a notificação de uma empresa, mas uma ação do
Ministério Público do Trabalho em parceria com a Polícia Federal”, relatou.
Em aparte o
deputado Bira do Pindaré (PT) sugeriu que na próxima semana a Comissão de
Direitos Humanos convide o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Federal, o
Ministério do Trabalho e Emprego, Convention & Visitors Bureau, Governo do
Estado e empresa contratada para o serviço para que o episódio seja
esclarecido. “Este fato de maior gravidade merece de nós toda a repulsa”,
completou.
Também em aparte, o
deputado Marcelo Tavares frisou que a empresa Convention & Visitors Bureau
atua há muito tempo no Maranhão: “Esta entidade, que, no Brasil inteiro, é tida
como uma empresa séria, ligada ao trade turístico, mas há muito tempo aqui no
Maranhão ela é usada para não fazer licitação nas áreas da cultura, de
investimentos nessa área. Inclusive da Beija-Flor de Nilópolis e tudo, é gente
muito próxima do Governo do Estado, não é tão terceirizada assim não”, observou
Marcelo Tavares, ao apartear discurso da deputada Eliziane Gama.
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