Editorial
JP, 7 de maio
Para
que se diga a verdade, a CPI da Violência Contra a Mulher, do jeito que foi
formada, nunca teve outro objeto que não o de impedir o destaque de uma
provável candidata ao governo do Estado, a deputada Eliziane Gama, num ano que
antecede as eleições. E é exatamente com a desculpa esfarrapada da falta de
objeto que a CPI se auto-dissolverá, como se não fosse real a matemática da
violência doméstica no Maranhão. E esta é apenas uma indicação de que o governo
pretende jogar duro contra os adversários.
A
indecisão do PSDB quanto a formalizar aliança com o governo do Estado ou se
manter na oposição, apesar de ter sido moído a pancadas no decorrer do processo
eleitoral e além dele, fez que o jornalismo oficial trouxesse para dentro das
denúncias de agiotagem os principais líderes do Partido. Da mesma forma que faz
com todos que insistem em se manter na oposição. Todo aquele que resiste a
alianças com o PMDB e parcerias com o governo, é culpado antes que se prove o
contrário conforme a estratégia eleitoral do grupo Sarney.
Todas
as armas serão usadas. Cooptação e chantagem, no pesado jogo de desmoralização
pública que praticam os poderosos do Maranhão. O Tribunal de Contas do Estado,
localizado no majestoso edifício Roseana Sarney Murad despacha documentos e más
intenções contra a Prefeitura de Matões pelo simples fato de que o líder da
oposição na Assembléia, deputado Rubens Júnior é filho da prefeita do
município, Suely Pereira. E este é só mais um exemplo.
Todos
estão na mira do pelotão de fuzilamento do governo do Estado e de seu Partido,
o PMDB. O prefeito Edivaldo Holanda Júnior, por exemplo, paga o preço de
sugerir alianças institucionais em prol de benefícios ao povo de São Luís, mas
não se render às alianças políticas forçadas sugeridas pelo Palácio dos Leões.
O mesmo acontece ou está por acontecer com prefeituras como as de Caxias e
Timon. Enquanto isso, o governo engorda seu botim eleitoral com empréstimos
fantásticos e fantasmagóricos obtidos nas instituições financeiras federais. É
“a lei de chico de brito”, o “ou vai ou racha”, o “se correr o bicho pega, se
ficar o bicho come”.
Sem
unidade, a oposição não traça qualquer estratégia para enfrentar a fuzilaria. A
CPI da Mulher não tem mais objeto, a agiotagem passa a ser um crime da
oposição, as Prefeituras são vigiadas, achacadas e chantageadas, a retaliação,
a calúnia e a difamação proliferam impunemente na imprensa revelando que,
afinal, o governo está muito assustado com seu próprio desgaste eleitoral. Daí,
o jogo bruto, o vale-tudo que se começa a perceber na política do Estado.
E
é de se pensar muito seriamente nas conseqüências desastrosas para o povo
diante de uma administração que existe em 2012, mas age apenas em função do que
pode acontecer em 2014. Ainda mais que agindo da maneira que agem perdem a cada
dia mais o respeito pela função pública. Os temores do governo estimulam um
vale-tudo inconseqüente e quem está a pagar o preço desse desatino é o povo do
Maranhão.
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