quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ghost, o outro lado da vida


JM Cunha Santos

Na infância víamos fantasmas. Etéreos, como costumam ser todos os fantasmas, em qualquer época e em qualquer lugar. Mas também eram transparentes. Nossos encontros com dráculas nos castelos da imaginação eram terríveis, mas eram baratos. Certo que os fantasmas não eram gosmentos como os fantasmas de hoje, nem gostavam tanto de dinheiro. Nem eram tão constantes. Não era assim “um fantasma por cima do outro”, aos pulos, assombrando todo mundo comoi diz o deputado Othelino Neto.
Fantasmas existiam em casas mal assombradas, em castelos, em navios, nas encruzilhadas, mas ninguém sabe como nem porque mudaram de endereço. Moram agora em secretarias de estado e montaram uma Central de Atendimento na Secretaria de Desenvolvimento Social do Maranhão. Fantasmas costumam ser transparentes e adoram portais, pois é por eles que atravessam de seu mundo para o nosso. Mas os fantasmas daqui não querem nem ver o Portal da Transparência.
As assombrações de nossas vidas eram inquietas, mas suportáveis. Bons fantasmas os daquele tempo que mexiam nos fogões e geladeiras, mas comiam pouco. Os de hoje são gulosos, glutões insaciáveis. Agora, quando um fantasma aparece, tudo desaparece. No município de Raposa desapareceu uma associação de bem estar social e um povoado inteiro de uma só vez.
Coisas do mundo subterrâneo, da necromancia, de deidades inferiores criando dinheiro sobrenatural. E é por conta desse dinheiro e dessas presenças assustadoras nas Secretarias de Estado que alguém já foi escolhido para ir ao Sacrifício, única forma de fazer voltar os espíritos ao lugar de origem.
E Joe Nickel, do Comitê para a Investigação Cética, escreveu que não existe evidência científica crível de que qualquer localidade foi habitada por fantasmas. Mas, naturalmente, ele nunca esteve no Maranhão.

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