JM
Cunha Santos
São
recorrentes os discursos de parlamentares com relação ao tratamento dado pela
Companhia Vale aos 23 municípios afetados pela operação da estrada de ferro
Carajás. Os deputados Hélio Soares, Eliziane Gama, dentre outros, já se
pronunciaram sobre o assunto e até uma audiência pública foi realizada na
Assembléia Legislativa tratou dessa questão.
Mas
ontem a deputada Gardênia Castelo trouxe ao debate dados interessantes e um
deles assustador. Ocorre que o Maranhão é responsável pelo embarque e
escoamento de 42,5% de toda a produção de minério de ferro da Vale no Brasil e
a partir de 2017 esses números saltarão para quase 60%. E não há sinais de que
o povo maranhense tenha recebido alguma compensação além de festas por essa
participação.
O
dado aterrador é que além dos débitos socioeconômicos e ambientais, a Vale,
segundo a deputada, acumula ao longo desse trecho, nada menos que 159 mortes
direta ou indiretamente provocadas pela Estrada de Ferro Carajás. Para Gardênia
Castelo, é a própria relação entre o pescoço e a guilhotina, na qual a Vale
entra coma guilhotina e o Maranhão com o pescoço.
Somente
em 2008, a Agencia Nacional de Transportes Terrestres contabilizou 2860
acidentes ao longo da Ferrovia Carajás. Em 16 comunidades com mais de 6.500
famílias, monitoradas pela Rede Justiça nos Trilhos a população sofre os
impactos de pelo menos um atropelamento por mês, trepidação e rachadura nas
casas, remoção de famílias, poluição sonora, danos a estradas vicinais e
interdição de roças. Uma unidade de produção de carvão da Companhia Vale, no
município de Açailândia, com 70 fornos está localizada ao lado de um
assentamento de trabalhadores rurais.
No
município de Piquiá, 5 usinas ligadas à Vale produzem 500 mil toneladas anuais
de ferro gusa. Nesse povoado 41,1% da população se queixa de doenças nos
pulmões e doenças de pele.
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