JM
Cunha Santos
A
500 por hora. Mais rápida que a queda em sua
popularidade, mais perigosa que manifestação de Black Bock a favor de
Eduardo Campos, mais à vontade que autoridade maranhense em cassino de Las
Vegas, disparou. E, mais atrasada que a cassação de Roseana Sarney, ela
precisava chegar à terra do poeta.
Como
conseguira ele ficar tanto tempo no poder com popularidade tão mesquinha? Como
conseguiam os governantes daquela terra sumirem com estradas, sedes de
associações, banheiros públicos e até povoados; e, ainda mais, vender ingressos
de futebol para ETs, ser campeões de insegurança pública, desmontar os sistemas
de educação e agricultura e ainda ganhar eleições?
Já
ela, a motoqueira presidencial, nem podia deslizar no câmbio, liberar uma
inflaçãozinha aqui e acolá, dar uma voltinha em avião da FAB, fazer um carinho
no Sérgio Cabral que tome manifestação! “Eu não aguento mais tanta
manifestação!
O
primeiro lugar que conheceu foi o TCE. “Como esse pessoal daqui sabe fazer
conta”, pensou. “Vou querer todos eles no TCU. Todas as contas de Roseana estão
corretas e são aprovadas. Todas as contas dos prefeitos que apóiam Roseana
também estão corretas e são aprovadas, mas as contas dos prefeitos da oposição
todas estão irregulares. Ah, se lá fosse como aqui”.
Chegou
depois ao ponto que mais lhe interessava: Pesquisas. “As coisas aqui são
deveras interessantes. Quanto mais as pesquisas favorecem o adversário, maior é
a chance do candidato do governo ganhar a eleição”. E se deleitava com as
complexas, incríveis análises, as avaliações e explicações surrealistas da mais
estranha aritmética financeira, sonhando que também podia ser assim com a
eleição presidencial.
Finalmente
o grande encontro. O poeta rezava: “Senhor, é quase um assunto bélico, mas, por
favor, me livra do evangélico. E se não
for pedir demais, ó grande Artista, me livra também do comunista.
“Verso
danado de ruim”, ela pensou. “Nem Deus agüenta”. E ele apenas disse: Tu não
subiu na pesquisa, Peregrina? Se não subiu, te manda, que meu negócio é com a
Marina.
Vítima
de justiça poética, ela voltou para Brasília.
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