quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Fantasmas no banheiro

JM Cunha Santos

Fantasma com cólica intestinal
e incontinência urinária é demais
para a saúde de qualquer convênio.
Muito se ouviu falar de fantasmas, espíritos e aparições em terras do Maranhão, mas não como agora, não desse jeito. A cavala-canga e o curupira parecem tão ultrapassados por aqui quanto o Trio Assombroso e Gasparzinho, o Fantasma Camarada em terras norte-americanas. É tanto fantasma no Maranhão que o deputado Rubens Júnior está querendo propor a CPI dos Convênios Fantasmas na Assembléia Legislativa. E ele mesmo será assombrado com as assinaturas fantasmas que vai recolher.
E nossos fantasmas não são como os fantasmas dos outros, que se contentam em jogar pedras, arrastar correntes e bater nas paredes nas madrugadas frias e escuras de qualquer país. Nossos fantasmas dão sumiço em dinheiro público e porque são fantasmas tudo o que eles constroem some no ar. Já sumiu até um povoado inteiro, chamado Trechos, ali pros lados da Raposa, junto com uma Associação e todos os moradores do lugar.
Mas a aventura mais impressionante dos Polstergeists maranhense foi dar sumiço em 50 banheiros espalhados no interior do Estado. Estranho, porque fantasmas já foram vistos em castelos, palácios, mansões sombrias, estradas escuras, cemitérios, mas em banheiros é a primeira vez. Fantasma com cólica intestinal e incontinência urinária é demais para a saúde de qualquer convênio. 
Já falam até que a presidente da República, Dilma Roussef, está contratando terapeutas de fantasmas no Programa Mais Médicos para trabalhar no Maranhão. Tem que ser gente muito competente, capaz de exorcizar estradas, sedes de associações, povoados e banheiros, principalmente banheiros, até a próxima eleição.
Essas almas desencarnadas, que se manifestam eleitoralmente entre os vivos, fazem parte de uma lenda urbana muito antiga, de quase 50 anos, do Maranhão. Conforme essa lenda, todos os valores do estado devem ir para o mesmo cofre ou todo o povo será assombrado durante mais meio século por pequenos demônios (litle devil) criados, alimentados e esterilizados nos banheiros da Secretaria de Desenvolvimento Social.

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