JM
Cunha Santos
As
cortes gerais e extraordinárias da Nação portuguesa tiveram a idéia de
transformar o Brasil de novo numa Colônia, exigindo o retorno imediato do
príncipe regente, D. Pedro I, a Portugal. Ao correr do dia 9 de janeiro de 1822,
D. Pedro de Alcântara pronunciaria a célebre frase: “Se é para o bem de todos e
felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico”. E ficou.
Sem
razões de foro íntimo, atendia apenas à pressão dos liberais brasileiros que
não mais aceitavam o jugo de Portugal. Nem estava pronta ainda a canção mais
tocada nos corredores do Palácio dos Leões, nesse Estado, nos dias de hoje:
“Não sei se vou, não sei se fico, se eu fico aqui ou se eu fico lá, se eu fico
lá eu tenho que vir, se eu fico aqui eu tenho que voltar”. Porque no caso do
Maranhão há muitas dúvidas se a data que se avizinha será o dia do Fico ou o
dia do Saio.
No
Brasil de 1822, o episódio (Dia do Fico) culminou com a Declaração de
Independência do Brasil que viria a ser proclamada em 7 de setembro daquele
ano. Haja embora quem diga que a proclamação da Independência do Maranhão, no
ano de 2014, terá que esperar um mês a mais, até 5 de outubro, o fato é que
ninguém tem certeza se é melhor que a princesa regente fique ou saia de uma vez.
Entre o Dia do Fico e o Dia do Saio, ninguém sabe qual poderá ser pior.
Nada
mais parecido com aquela criação popular que instiga todos ao pânico causado
por um beco sem saída: “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Pura
maldade, pois nem para o Amapá dá para correr mais.
Mas
maldade mesmo é a paráfrase da declaração de Dom Pedro de Alcântara que estão
colocando na boca da governadora Roseana Sarney: “Se é para manter os bens da
família e para conservar meu maridão, estou pronta. Digam ao povo que fico”.
Até quando¿
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