terça-feira, 1 de abril de 2014

O dia do Fico

JM Cunha Santos

As cortes gerais e extraordinárias da Nação portuguesa tiveram a idéia de transformar o Brasil de novo numa Colônia, exigindo o retorno imediato do príncipe regente, D. Pedro I, a Portugal. Ao correr do dia 9 de janeiro de 1822, D. Pedro de Alcântara pronunciaria a célebre frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico”. E ficou.
Sem razões de foro íntimo, atendia apenas à pressão dos liberais brasileiros que não mais aceitavam o jugo de Portugal. Nem estava pronta ainda a canção mais tocada nos corredores do Palácio dos Leões, nesse Estado, nos dias de hoje: “Não sei se vou, não sei se fico, se eu fico aqui ou se eu fico lá, se eu fico lá eu tenho que vir, se eu fico aqui eu tenho que voltar”. Porque no caso do Maranhão há muitas dúvidas se a data que se avizinha será o dia do Fico ou o dia do Saio.
No Brasil de 1822, o episódio (Dia do Fico) culminou com a Declaração de Independência do Brasil que viria a ser proclamada em 7 de setembro daquele ano. Haja embora quem diga que a proclamação da Independência do Maranhão, no ano de 2014, terá que esperar um mês a mais, até 5 de outubro, o fato é que ninguém tem certeza se é melhor que a princesa regente fique ou saia de uma vez. Entre o Dia do Fico e o Dia do Saio, ninguém sabe qual poderá ser pior.
Nada mais parecido com aquela criação popular que instiga todos ao pânico causado por um beco sem saída: “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Pura maldade, pois nem para o Amapá dá para correr mais. 
Mas maldade mesmo é a paráfrase da declaração de Dom Pedro de Alcântara que estão colocando na boca da governadora Roseana Sarney: “Se é para manter os bens da família e para conservar meu maridão, estou pronta. Digam ao povo que fico”. Até quando¿ 

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