quinta-feira, 8 de maio de 2014

AMEÇAS, ATENTADO A BALA E CARTEL REVELADOS NA CPI DOS COMBUSTÍVEIS

O empresário Francisco Nunes de Melo denunciou na CPI dos Combustíveis que as distribuidoras Petrobrás e Shell fazem pressão pela alta dos preços dos combustíveis. A ANP admite que há indícios de formação de cartel em São Luís.

 

Durante depoimento à CPI dos Combustíveis, presidida pelo deputado estadual Othelino Neto (PCdoB), os representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Douglas Pedra, da Coordenação de Defesa da Concorrência, e Ubirajara Sousa da Silva, coordenador de fiscalização no Nordeste, confirmaram, nesta quarta-feira (07), que há indícios de cartelização dos preços dos combustíveis em São Luís. A ANP fez um levantamento detalhado e o encaminhou aos órgãos competentes.
Outro depoimento importante e revelador para a CPI dos Combustíveis foi o do empresário Francisco Nunes de Melo. O proprietário de posto denunciou pressão das distribuidoras Petrobras e Shell para a elevação dos preços dos combustíveis, inclusive com boicote em relação ao produto, e disse que já sofreu ameaças por telefone quando reduziu o valor cobrado. Segundo ele, já houve até atentado a bala a um dos estabelecimentos que administra.
Os depoentes responderam aos questionamentos feitos pelo presidente Othelino Neto e pelo relator, deputado César Pires (DEM). O empresário Francisco Nunes, que prestou depoimento com os pés descalços por hábito, disse não acreditar em cartel, mas chegou a afirmar que acontece, em São Luís, uma forma de dumping, prática comercial que consiste em uma ou mais empresas venderem seus produtos a valores abaixo do normal por um determinado tempo, visando prejudicar e eliminar a concorrência, passando então a dominar o mercado e impondo preços altos. 
Segundo Othelino Neto, os depoimentos desta quarta-feira (07) foram reveladores para o processo investigativo na medida em que a ANP, que é um órgão fiscalizador importante, admite que há indícios de cartel dos combustíveis em São Luís e um empresário  do setor revelou que sofre pressão de distribuidoras para elevar o preço do produto.

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