Ao
processar seis jornalistas em uma única semana, Edinho Lobão inocula o gene da
Ditadura Militar e faz lembrar as ligações de seu pai com os subterrâneos
tenebrosos do regime de chumbo.
JM
Cunha Santos
A
ditadura fazia a gente tremer. A censura sufocava a inteligência. Notícias de
torturas, desaparecimentos, mortes circundavam as redações sem que fossem
noticiadas. A poesia, quase toda poesia, era proibida. Nos DOI-CODIs da vida,
intelectuais e artistas do país berravam de dor sob o terror dos
“paus-de-arara” e choques elétricos da polícia política. Era terrível não poder
dizer nada. Mais terrível que ser proibido, hoje, de dizer notícias de
corrupção.
Mas
alguns jornalistas estavam a serviço desse regime de terror. A gente sabia. Não
bebiam com a gente. Vigiavam. Catavam nos textos os sintomas da “subversão” e
davam conhecimento deles à polícia política e aos agentes nos porões do regime
militar. Como disse o poeta Afonso Romano de Santanna “Desaparecia-se,
desaparecia-se muito naqueles dias”...
No
“Diário de Brasília”, um jornalista chamado Edison Lobão exercia sua atividade
profissional. Sobre esse tempo e esse jornalista escreveu Jânio de Freitas:
“Como repórter e cronista político do Diário de Brasília prestou serviços diários
aos chefões da Ditadura. Seus textos eram como recados saídos do Planalto, de
serviços militares ou de informações e armações de políticos governistas contra
opositores.
Seu
ar soturno caia-lhe muito bem. E assim também quando deu continuidade em lugar mais
apropriado – o partido da Ditadura, a Arena, ao papel que escolhera na vida.
Sem imaginar a contribuição que a democracia de Lula e do PMDB lhe ofertaria”.
E
considerou o ministro Edison Lobão, em tempos recentes, que aquela terrível
fase de torturas e genocídios nem pode ser chamada de ditadura. Que ditadura
mesmo foi o governo Getúlio Vargas.
É
provável que em toda a história da imprensa mundial, desde os primórdios da
Galáxia de Gutemberg, nunca uma única pessoa tenha processado tantos
jornalistas em tão curto espaço de tempo. E isso significa que Edinho Lobão,
talvez por direito de herança, inoculou pelo menos um dos genes da ditadura
militar – O gene da censura. E talvez devesse a Justiça atentar para isso,
posto que é inaudito, singular, inusitado que alguém tente, pela via do
sacrifício econômico, calar tantos profissionais de imprensa de uma só vez.
E
aqui estou me lembrando de como era o medo naquele tempo. O medo nos cursos de
Comunicação, o medo nos cursos de Direito, o medo nos grêmios estudantis, o
medo na OAB, o medo nas redações, o medo de falar, de ouvir, de opinar,
escrever, de se organizar, de ser preso, ser torturado, de apanhar.
A
censura no Brasil Colônia fazia lista de livros que não deviam ser lidos.
Edinho Lobão está montando uma lista de jornalistas que não devem escrever.
Estás
ressuscitando o medo, Edinho Lobão. E a História mostra que esse é o teu mais
inalienável Direito de Herança.
TAL PAI, TAL FILHO ! EM RESUMO, FILHO DE LOBAO, LOBAOZINHO É !
ResponderExcluirDizem que Lobão pai, era chegado(simpático) do Gal. Geisel, general linha dura do regime que massacrou centenas de opositores nos ano de chumbo (1964-1985).
ResponderExcluirLobão deve explicação aos Maranhense, se ele não colaborou com a ditadura. Já o senador Sarney todo mundo sabe que ele lambia as botas dos "pé preto".
Poeta, são seus os meus
ResponderExcluirhttp://poetaluislima.blogspot.com.br/search?q=antes
Ou melhor dizendo
ResponderExcluir1, w, 3...10 ordem do dia
http://poetaluislima.blogspot.com.br/2011/07/12310-ondem-do-dia.html