Marcelo Vieira / Agência Assembleia
Começou hoje a segunda fase de oitivas
da CPI do Combustível. Nesta terça-feira (3) a comissão ouviu na condição de
testemunhas os empresários Oswaldo Americano Salomão e Sebastião Murad. Os dois
negaram a formação de cartel entre os revendedores de combustíveis da capital
maranhense.
Dono de sete postos de combustíveis —
cinco na capital, um em Miranda e o outro em Itapecuru — Oswaldo Salomão disse
que os preços praticados pelo setor são livres e seguem o mercado.
Segundo ele, o nivelamento de preços é
um processo natural, onde o posto que praticar um preço maior fica sem vender o
produto e acaba quebrando. Ele também negou que o Sindicato de Revendedores de
Combustíveis exerça qualquer tipo de influência sobre o mercado ou na marcação
de preços.
“O preço é livre. Coloco meu preço de
acordo com o mercado. Se o concorrente aumenta ou reduz o preço eu mantenho o
preço dele. O sindicato nunca interferiu no valor do meu produto,” disse o
empresário.
Segundo a ser ouvido pela comissão, o
empresário Sebastião Murad negou a prática de cartelização dos postos da
capital. Durante seu depoimento, Murad sugeriu que as distribuidoras é que
devem ser investigadas por formação de cartel.
Ao comparar o preço da água mineral
vendida no comércio com o preço do combustível, o empresário que gerencia o
posto São Francisco, afirmou que combustível não é caro.
Segundo Murad, o setor precisaria de um
lucro de 0,80 centavos no litro da gasolina para que o posto se mantenha bem no
mercado e ainda ter um volume de venda superior a 150 mil litros de
combustível.
Ele disse ainda que abertura de
excessiva de postos numa distancia muito pequena de um para o outro atrapalhou
o setor e o resultado é o fechamento desses empreendimentos.
O deputado Othelino Neto (PCdoB),
presidente da CPI, disse que apesar das negativas dos empresários que já
prestaram depoimento, nenhum deles foi capaz de apresentar argumentos que
pudesse justificar o alinhamento de R$ 2,99 no preço do litro da gasolina em
quase todos os postos da capital.
“O fato de os empresários negarem a
existência de cartel não quer dizer nada. Nenhum deles conseguiu explicar ou
justificar o que levou os postos de São Luís amanhecerem com o preço de
R$2,99”. Portanto, os depoimentos não têm descartado a suspeita da formação de
cartel em São Luís”.
No mês passado a comissão analisou as
últimas oitivas e documentos que comprovam a combinação de preços entre donos
de postos. A Agência Nacional de petróleo também está colaborando com as
investigações.
As oitivas continuam amanhã pela tarde
no plenarinho da Assembleia Legislativa com os depoimentos de mais três donos
de postos de combustíveis. A CPI tem o prazo de 120 dias para apurar os
motivos que levaram ao aumento abusivo no preço da gasolina. E porque
todos os postos da região metropolitana adotaram o mesmo valor.
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