Eles
fizeram as faltas, nós recebemos o cartão vermelho.
JM
Cunha Santos
Era
óbvio que íamos perder, só não precisava ser de forma tão vergonhosa. Mas eles
jogaram praticamente sozinhos e muito à vontade, como se fosse um só time em
campo. Aliás, o campo é deles, a bola, as traves. Os bandeirinhas e o juiz,
inclusive o juiz reserva, e até os gandulas, torcem pelo time deles. É muito
difícil não perder um jogo desses.
Nossos
atletas geralmente são fracos, pessoas de origem humilde, aprenderam a jogar
nos quintais e não em estádios suntuosos e quase sempre nunca foram aplaudidos
com sinceridade. Não sabem nada do padrão Fifa, só do padrão Ferre-se.
O
primeiro gol foi culpa minha; os outros, de todos nós. Mas era impossível
vencer. Para quem viveu sempre na marca de pênalti, atravessar uma barreira de
zagueiros alemães bem aquinhoados, de quase dois metros, é uma tarefa que beira
à insanidade. Inútil era contar com a ajuda da torcida, pois também o
policiamento convocado foi convocado por eles. Ia todo mundo entrar no cacete,
isso sim.
Por
isso perdemos. De 7. O número da mentira, dos engodos e das maldições. Não deu
nem para pensar em empate, pois nosso único gol foi um favor dos poderosos
adversários para fazer de contas que nós também estávamos jogando. Estávamos,
mas sempre com a bola nos pés deles.
Um
time raquítico contra jogadores saudáveis, bem alimentados, que ganham em euro
e em dólar. Foi um erro, um jogo que não podia ter acontecido, pois estava na
cara que seríamos massacrados. Que vergonha!
O
técnico deles conhecia o campo melhor do que ninguém. Jogou muitas vezes ali,
escapou de muitas derrotas, bateu tantas faltas, driblou tanta gente que não
tinha como perder.
E
a tática usada por eles? Atacar em bloco, em alta velocidade, brutalmente,
derrubando todo mundo no caminho, às caneladas, sopapadas, cotoveladas,
mostrando os travos das chuteiras, pouco se lixando para a Justiça Desportiva. Diante
da violência, nossos volantes abandonaram o jogo, ficamos sem meio-campo e o
goleiro se escondeu.
Eles
fizeram as faltas, nós recebemos o cartão vermelho.
Como
centro-avante contundido, aos choros de uma torcida decepcionada, pisoteado
pelo goleiro, quero a revanche. E não será em jogo amistoso.
Recoloco
esse blog em campo para reforçar o time e evitar substituições na hora errada. Apesar
dessa lavagem, desse vexame, das decisões impiedosas do juiz, dos atletas
expulsos de campo, acho que em algum momento teremos a arbitragem do nosso lado.
E devolveremos a derrota.
Sete a um. Não foi sempre assim. Um massacre.
Uma vergonha, perder dentro de casa para uma gente que quase nunca vem aqui.
Resta-nos apenas continuar torcendo para que não continuem sendo tantas, tão
vergonhosas e tão constantes as derrotas deste país.
De
tanto perder, um dia ainda vingamos esse jogo e vencemos nesse campeonato. De 7
a 1.
E isso Cunha. Antes de tudo honre as calças que vestes. Sejes homem não se acovarde.
ResponderExcluirEsse jogo foi 1x7, 7x1 ou um tremendo 171?