“Depois do acordo, o governo
maranhense começou a liberar as parcelas do precatório, no valor de 4,7 milhões
cada uma. Até agora já foram liberados R$ 33 milhões”.
João Guilherme de Abreu
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A reportagem exibida pelo Jornal Nacional e reexibida pelo Bom dia
Brasil ambos da TV Globo, na noite desta segunda-feira (11) e na manhã desta
terça-feira (12) tomou conta das discussões da sessão plenária da Assembleia
Legislativa do Maranhão, desta terça-feira.
O deputado Bira do Pindaré (PSB) considerou o caso revelado pela TV
Globo como um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo o Governo do estado
do Maranhão de todos os tempos. A TV Globo teve acesso ao conteúdo de um
depoimento a Polícia Federal de Meire Poza, contadora do doleiro Alberto
Youssef, que foi um dos presos na operação Lava Jato.
No depoimento, a contadora revelou os detalhes de um esquema de suborno,
envolvendo pagamentos judiciais, Alberto Youssef, a construtora Constran e
integrantes da alta cúpula do governo do Maranhão. O depoimento foi prestado na
última quinta-feira (07), em Curitiba. Meire Poza é contadora da GFD que,
segundo a Polícia Federal, é uma das empresas de Alberto Youssef.
A contadora afirmou que a Constran pediu que Alberto Youssef subornasse
o governo do Maranhão oferecendo R$ 6 milhões. Em troca, a empresa furaria a
fila desses pagamentos judiciais e receberia, antecipadamente, R$ 120 milhões
em precatórios. Por ter feito a “negociação”, Youssef receberia R$ 12 milhões.
Depois do acordo, o governo maranhense começou a liberar as parcelas do
precatório, no valor de R$ 4,7 milhões cada uma. Até agora, foram pagos R$ 33
milhões. A última parcela, de acordo com o portal da transparência do Maranhão,
foi paga no dia seis de agosto.
Bira lembrou que os deputados de oposição já haviam denunciado o caso da
tribuna da Assembleia Legislativa, como também já questionavam o conteúdo das
malas pretas que apareceram nas filmagens dos corredores do Hotel Luzeiros
(onde o esquema acontecia, segundo a Polícia Federal).
“A contadora Meire Poza revelou o que havia na mala: R$ 1,4 milhão, na
calada da noite, no Hotel Luzeiros, passando de um quarto para o outro. E para
quê esse dinheiro? Para pagar propina, segundo ela, para integrantes do governo do Maranhão, em um esquema
de corrupção brutal, imenso, que envolvia a liberação de R$ 120 milhões para a
Constran”, protestou Bira.
De acordo com o depoimento da contadora, a Constran teve o privilégio de
furar a fila dos precatórios em razão da propina de R$ 6 milhões para membros
do governo do estado e um “agrado” de R$ 12 milhões para o doleiro. Para Bira
matérias como essa, que revelam o esquema de corrupção do governo do Maranhão
causam uma indignação muito grande na população.
O parlamentar destacou os péssimos indicadores sociais do Maranhão, as
péssimas notas no ENEM, a peregrinação de maranhenses para outros estados em
busca de atendimento de saúde, o caos no sistema de segurança pública e afirmou
que as mazelas sociais acontecem por causa dos vários esquemas de corrupção que
existem no governo do Maranhão, como o revelado pela TV Globo.
“O dinheiro que falta para investir no desenvolvimento e nas condições
de melhoria de vida do povo maranhense é o que está sobrando nos esquemas de
corrupção, como esse revelado pelo Jornal Nacional. Realmente é lamentável,
esperamos que as instituições do Judiciário façam o seu papel e coloquem na
cadeia os bandidos criminosos que estão roubando o dinheiro público do
Maranhão”, finalizou Bira.
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