JM
Cunha Santos
Estava
lá, na capa, na primeira página. Eu li, senhores. Juro que li. A mentira sem
caspas, sem nenhum invólucro, sem o menor sinal de constrangimento, afirmando
que Edinho Lobão está um ponto na frente de Flávio Dino em intenções de voto.
Duvidei, mas era verdade. Podem achar que os estou enganando, mas eu li.
No
princípio, achei que eram panfletos ou propaganda política. Mas não. Eram
jornais. Jornais de verdade, escritos por jornalistas, dirigidos por
jornalistas. Em letras garrafais, com gráfico e tudo, análises potenciais. E
eu, que achei que já havia visto de tudo, voltei a duvidar. Amassei. Eram
jornais. Rasguei um pedaço. Eram jornais. Reli e li de novo. Eram jornais,
órgãos de imprensa responsáveis pela informação e pela formação da opinião
pública. Não posso crer!
Era
uma pesquisa. Não eram aferições feitas por telefones ou e-mails. Era uma
pesquisa feita por um instituto de pesquisa. Não duvidem de mim. Era mesmo. Uma
pesquisa, senhores! Tinha cara de pesquisa, jeito de pesquisa, roupa de
pesquisa. Tinha até registro no T.R.E. O que é isso? Eu me perguntei e
respondi: Crime conexo, o delito relacionado com outro porque praticado para a
realização ou ocultação do primeiro, porque estão em relação de causa e efeito
ou porque um é cometido durante a execução do outro. Perfeito.
Um
advogado se aproximou de mim, pôs a mão no ombro, fez algum comentário sobre a
morte de Eduardo Campos e a situação do país. A presença dele me trouxe à
lembrança o enunciado inteiro do artigo 171 do Código Penal:
“Obter
para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio
fraudulento”.
-
Empreste-me rapidamente um dos seus jornais, ele disse.
Não
tive mais dúvidas. Eram jornais: “O Estado do Maranhão e, infelizmente, “O
Imparcial”.
Acho que anda sonhando muito ou conversando muito com comunista.... Já ta na hora de acordar e encarar a realidade senhor!
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