Editorial
JP, 15 de agosto
A
história de Alberto Youssef está tão colada aos maiores escândalos de corrupção
deste país, que se torna imponderável o nível de influência que ganhou no
Maranhão. Youssef não é um homem qualquer. É um ladrão fino, o verdadeiro
“ladrão de casaca” dos memoráveis contos da literatura francesa, no estilo de
Rocambole, de Ponsun Du Terrail ou de Arsène Lupin.
Mas
é um homem exageradamente conhecido nos bueiros das contas públicas, que ganhou
a confiança da classe política aos 30 anos de idade, em 1990, fazendo remessas
ilegais de dólares para o exterior. Era ele o cabeça do formidável esquema do
Banestado que transferiu do Brasil para o exterior 30 bilhões de dólares e
movimentou contas secretas de gente tão importante na crônica da corrupção
quanto o infalível Paulo Maluf.
Seu
nome ultrapassou os umbrais da corrupção localizada no Estado do Paraná há
muito tempo. Era ele uma das figuras de proa acusadas pela CPI dos Correios e
Telégrafos, outro formidável nicho de corrupção que enojou o país. Foi também
acusado de ser o verdadeiro dono de uma das empresas envolvidas com o Mensalão.
Quando
foi preso em São Luís, Alberto Youssef estava envolvido no desvio de R$ 10
bilhões, um escândalo que, dentre outras coisas, colocou o Ministério de Minas
e Energias sob vigilância do TCU e culminou com a prisão do diretor de
Abastecimento da Petrobrás, seu sócio Paulo Roberto Costa. Entre esse homem e
os 120 milhões a serem pagos à Constran; entre esse homem e uma propina de R$ 6
milhões contratada para comprar funcionários do alto escalão do governo do
Estado, há um verdadeiro fosso, um enorme viaduto que ainda pode esconder
outros crimes.
Sabe-se
agora que há uma verdadeira situação de pânico nos corredores do Palácio dos
Leões porque Youssef, assim como quase todos os doleiros apanhados em flagrante
neste país, costuma escapar da prisão através de acordos de delação premiada,
ou seja, dedurando, sem nenhuma piedade seus ocasionais clientes.
Com
essa fama toda, com esse lastro de crimes de formação de quadrilha, evasão de
divisas, remessa ilegal de dólares nas costas, citado em várias em CPIs do
Congresso Nacional, fica impensável achar que Alberto Youssef fosse um desconhecido
para as pessoas com quem intermediou o pagamento do precatório da Constran. O
mais provável é que quem negociou sabia que estava negociando com uma espécie
de Bandido da Luz Vermelha do crime de colarinho branco.
Youssef
é um nome encardido na memória da corrupção. Para escapar da prisão no caso
Banestado denunciou os proprietários de pelo menos 5 casas de câmbio do país.
Não é só um bandido, É também um apavorante dedo-duro, e agora com negócios no
Maranhão.
Poeta Cunha, agora é Rosegrana nas mãos e no dedos do Youssef e a Rousseff lavando as mãos.
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