Que país é esse? O que fizeram com o Maranhão?

JM Cunha Santos

 

Cabos eleitorais de Edinho Lobão são flagrados apedrejando e tentando incendiar a Prefeitura de São Luís. O mesmo fizeram com o comitê de Flávio Dino na Beira-Mar. O candidato responde a processo no Supremo Tribunal Federal por formação de quadrilha e recebeu da justiça uma condenação, prescrita, a um ano e quatro meses de prisão.

No começo da campanha, o candidato prometeu, publicamente, nos microfones da Rádio Mirante, 20 mil reais para quem trouxesse vídeos contra Flávio Dino. Vídeo que acabou sendo forjado por membros de uma facção criminosa que se diverte incendiando a cidade e matando crianças queimadas. Em desrespeito a tudo que possa ser considerado legal e humano nesse mundo, o candidato faz divulgar o vídeo forjado em sua própria emissora de televisão.

Se a democracia existe, se, de fato, reconquistamos o estado de direito, como é possível que alguém assim possa ser candidato a governador de um Estado? Precisamos, de fato, repensar este país politicamente e, muito principalmente, precisamos repensar o Maranhão. É inconcebível o extremo da decadência a que tentam arrastar as instituições públicas e muito estranho comemorar a reconquista do estado de direito. Não com essa política de vilões tentando açambarcar, a ferro e fogo, o poder em nosso estado.

Esse vale-tudo, mais que nos reduzir à condição dos bichos mais rasteiros, como as serpentes, sarja nossa dignidade, desalenta-nos de toda a esperança e violenta por dentro, no mais profundo do ser, a condição humana. É como se fosse possível imaginar uma sociedade sem leis, um mundo sem religiões, sem orações, sem compromisso com nossos semelhantes. E, enquanto alguns perguntam “Que país é esse”, nós nos perguntamos, o que foi que fizeram com o Maranhão?