sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Sobre a abordagem da Polícia Federal à aeronave alugada por Edinho Lobão

JM Cunha Santos

 
É ponto pacífico que quem quer que tenha forjado um vídeo acusando o candidato Flávio Dino de ser mandante de assalto a um carro-forte acabou por destroçar de uma vez por todas a desminlinguida candidatura de Lobão Filho. Porque, além de estar em primeiro lugar em todas as pesquisas, Flávio Dino foi alçado à condição de vítima de um terror político que, conforme termo usual do Jornal Pequeno, só pode ser medido pela insanidade eleitoral.
No surpreendente território desta campanha política, já aconteceu de tudo. Presos fugiram na madrugada de uma noite em que não houve contagem nem revista e o secretário de Justiça, Sebastião Uchoa, pediu as contas. Atiraram uma caçamba sobre os muros de uma Penitenciária guarnecida por tropas federais, provocando mais fugas, numa demonstração de coragem digna dos boinas verdes das guerras norte-americanas. Na sequência, bandidos tentaram incendiar a cidade.
 Se contabilizarmos que a própria Prefeitura de São Luís foi apedrejada a coquetéis molotov e que dois diretores da Penitenciária foram afastados por participar da produção do vídeo criminoso, estaremos diante da inevitável insanidade eleitoral. Mais ainda: acima de toda e qualquer responsabilidade política e social, a farsa foi divulgada na televisão de propriedade do candidato do governo. A incredulidade, então, ultrapassou todos os limites. Seria possível a manipulação de agentes das instituições públicas, em conluio com uma facção criminosa, para interferir no processo eleitoral do Estado?
Foi possível e contra fatos não há argumentos.
Acontece a seguir a intempestiva invasão na aeronave alugada por Lobão Filho, pela Polícia Federal de Imperatriz. Estariam os policiais seguindo denúncia formulada por um telefonema anônimo, o que não é usual, nem é legal, embora nos faça lembrar de mais de 1 milhão e 300 mil reais em espécie encontrados pela mesma PF no escritório da Lunus. Dinheiro de origem jamais explicada ou com tantas explicações diferentes que a ninguém convenceu.
O que concluo é que com a revista na aeronave alugada por Lobão Filho, pela primeira vez o candidato recebeu manifestações nacionais a seu favor, embora que algumas de pessoas com presença constante nas crônicas nacionais de corrupção, como o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Tudo pode não ter passado de arroubo do delegado federal Paulo de Tarso Cruz Viana Jr., em busca da fama, mas Lobão Filho exige, agora, também para si a condição de vítima. Sente-se no direito até de pedir a demissão do Secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão e, por todos os meios, está tentando debitar o episódio na conta da coligação “Todos pelo Maranhão”.
Muito conveniente.

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