JM
Cunha Santos
É
ponto pacífico que quem quer que tenha forjado um vídeo acusando o candidato
Flávio Dino de ser mandante de assalto a um carro-forte acabou por destroçar de
uma vez por todas a desminlinguida candidatura de Lobão Filho. Porque, além de
estar em primeiro lugar em todas as pesquisas, Flávio Dino foi alçado à
condição de vítima de um terror político que, conforme termo usual do Jornal
Pequeno, só pode ser medido pela insanidade eleitoral.
No
surpreendente território desta campanha política, já aconteceu de tudo. Presos
fugiram na madrugada de uma noite em que não houve contagem nem revista e o
secretário de Justiça, Sebastião Uchoa, pediu as contas. Atiraram uma caçamba
sobre os muros de uma Penitenciária guarnecida por tropas federais, provocando
mais fugas, numa demonstração de coragem digna dos boinas verdes das guerras
norte-americanas. Na sequência, bandidos tentaram incendiar a cidade.
Se contabilizarmos que a própria Prefeitura de
São Luís foi apedrejada a coquetéis molotov e que dois diretores da
Penitenciária foram afastados por participar da produção do vídeo criminoso,
estaremos diante da inevitável insanidade eleitoral. Mais ainda: acima de toda
e qualquer responsabilidade política e social, a farsa foi divulgada na televisão
de propriedade do candidato do governo. A incredulidade, então, ultrapassou
todos os limites. Seria possível a manipulação de agentes das instituições
públicas, em conluio com uma facção criminosa, para interferir no processo
eleitoral do Estado?
Foi
possível e contra fatos não há argumentos.
Acontece
a seguir a intempestiva invasão na aeronave alugada por Lobão Filho, pela
Polícia Federal de Imperatriz. Estariam os policiais seguindo denúncia
formulada por um telefonema anônimo, o que não é usual, nem é legal, embora nos
faça lembrar de mais de 1 milhão e 300 mil reais em espécie encontrados pela
mesma PF no escritório da Lunus. Dinheiro de origem jamais explicada ou com
tantas explicações diferentes que a ninguém convenceu.
O
que concluo é que com a revista na aeronave alugada por Lobão Filho, pela
primeira vez o candidato recebeu manifestações nacionais a seu favor, embora
que algumas de pessoas com presença constante nas crônicas nacionais de
corrupção, como o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Tudo
pode não ter passado de arroubo do delegado federal Paulo de Tarso Cruz Viana
Jr., em busca da fama, mas Lobão Filho exige, agora, também para si a condição
de vítima. Sente-se no direito até de pedir a demissão do Secretário Nacional
de Justiça, Paulo Abrão e, por todos os meios, está tentando debitar o episódio
na conta da coligação “Todos pelo Maranhão”.
Muito
conveniente.
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