quarta-feira, 3 de setembro de 2014

São Luís se enche de esperança

Estamos falando de um tempo novo. Sem doleiros nos centros de decisão do poder, sem banheiros fantasmas, sem estradas em povoados que não existem, sem o Maranhão dia e noite no noticiário policial do país.

Editorial JP, 4 de setembro

Vereadores de São Luís dão forças à esperança.
Já faz tempo demais que São ;Luís está à espera do futuro. Uma chance, uma oportunidade só, um único governo que não olhe a cidade com os olhos do rancor, que lhe favoreça em convênios e recursos ou pelo menos não atrapalhe os gestores municipais. Roseana Sarney governou 14 anos sem transferir recursos para São Luís. Pelo contrário, retira da cidade R$ 2 milhões mensais.
A era Sarney foi marcada por derrotas históricas em São Luís. Mas, com o poder nas mãos, o poder do Estado, o poder federal sustentado em alianças com todos os presidentes do país, resolveu negar, dizer não, atrapalhar, sempre que São Luís precisou. Cidades com 10 mil habitantes receberam até 16 milhões de reais do governo Roseana recentemente. São Luís, com mais de 1 milhão de habitantes, nada recebeu. E há muito tempo não recebe.
A culpa de São Luís: sonhar com a liberdade, votar em Jackson Lago, votar em João Castelo, votar em Edivaldo Holanda Júnior, votar em Flávio Dino, em todos os que um dia fizeram a opção de libertar esse Estado. Em 50 anos, governos foram e vieram, foram e voltaram, cada um deles mais cruel com a cidade. Sarney foi presidente da República e não ajudou São Luís, Lobão foi governador e a cidade permaneceu fora do contexto administrativo do Estado, Roseana foi governadora quatro vezes. Quatro. E não se digna sequer a receber o prefeito em audiência para tratar dos problemas de São Luís.
Mas a cidade heróica, a “Ilha Rebelde”, jamais se rendeu. Continuou fustigando a oligarquia nas urnas, embora que sem dinheiro para consertar suas ruas, embora com os hospitais entupidos de pacientes daqui e do interior, embora que tantos governos dessa dinastia pouco ou quase nada tenham feito para implantar uma educação de qualidade no Maranhão. Deixaram que a cena histórica que reproduz em seus casarões coloniais se desmanchasse, abandonaram a segurança pública ao Deus dará e fizeram de um berço cultural um exemplo de violência em todo o mundo.
A “Ilha Rebelde” agora se enche de esperanças. Tudo indica que, passados 50 anos, governo do Estado e Prefeitura vão poder trabalhar juntos a partir de janeiro para fazer de São Luís a cidade que São Luís merece ser. Sem vinganças, nem rancores, sem disputas, nem armações políticas. E isto, porque a longa luta de São Luís contra esse poder discricionário começa a mostrar resultados e se torna cada vez mais iminente o fim do Império Sarney.
O prefeito de São Luís é um exemplo no combate à corrupção para o país, o provável futuro governador é seu aliado incontestável e um administrador ficha limpa. Estamos falando de um tempo novo. Sem doleiros nos centros de decisão do poder, sem banheiros fantasmas, sem estradas em povoados que não existem, sem o Maranhão dia e noite no noticiário policial do país. Sem corrupção, sem rancor. E São Luís, pela primeira vez em 50 anos, recebendo uma ajuda real do governo do Estado do Maranhão. O futuro está batendo à porta.

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