terça-feira, 21 de outubro de 2014

O ADVOGADO DO DIABO

JM Cunha Santos

Cheira mesmo a coisa de advogado do diabo, essa surpreendente confissão do crime que ceifou a vida do advogado do senador eleito Roberto Rocha, Brunno Eduardo Matos Soares, a mais pungente tragédia da eleição de 2014, pelo vigilante João Gomes. É espantoso como se engendram armações desse tipo para proteger membros de famílias importantes no Maranhão.
Levar um inocente ao cadafalso para proteger ricaços tocados por uma fúria impiedosa e que, em nome sabe Deus de que tipo de reações, matam seus semelhantes a facadas, é um crime inominável. O advogado Adiah Martões não tem apenas que devolver o dinheiro pago pelo vigilante João Gomes; sua carteira tem que ser cassada, o mais rápido possível, pela Ordem dos Advogados do Brasil (MA). O crime que ele comete é tão grotesco quanto o assassinato cometido por Marão.
Valer-se da pobreza e desconhecimento de um inocente na intenção de enfiá-lo anos sucessivos na cadeia, protegendo, assim, o verdadeiro assassino e usando para tanto de conhecimentos jurídicos que um vigilante não pode ter, é alguma coisa de irremediavelmente diabólico. Uma confissão de culpa forjada, diante de um crime que a sociedade inteira sabe quem cometeu, chama a atenção também para atos de corrupção dentro da polícia responsável pelo inquérito. Ainda bem que a Ordem dos Advogados do Brasil, na pessoa do Dr. Luis Antônio Pedrosa, decidiu representar contra esse advogado. Ainda bem que a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Bira do Pindaré, também está atenta a essa diabólica trama e deve tomar suas providências no sentido de evitar que João Gomes, por ser pobre, pague por um crime que outro homem cometeu. Sem contar que a deputada Eliziane Gama recebeu denúncia de que a família do vigilante estaria sendo coagida e ameaçada.
A sociedade maranhense não pode permitir, em nenhuma hipótese, a evolução de tamanha crueldade judicial.

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