Da Folhapress– Brasília
Um abaixo-assinado organizado na internet contra
a possibilidade de deputados federais usarem recursos do "cotão" para
pagar passagens aéreas aos maridos e mulheres já possui cerca de 135 mil
assinaturas. A medida foi
aprovada na quarta junto ao reajuste de outras verbas à disposição dos
deputados, que totalizam um impacto de R$ 150,3 milhões por ano.
O abaixo-assinado foi organizado pelo site Avaaz, de petições online. O texto
da petição chama de "abuso" o benefício e diz que os salários dos
deputados já são suficientes para pagar as passagens aéreas dos cônjuges.
"Se agirmos rápido e fizermos barulho contra esta medida, podemos envergonhar os deputados e fazê-los reverter a decisão, garantindo que nosso dinheiro vá para hospitais ou escolas. Alguns deputados já se pronunciaram contra o aumento - isso significa que podemos vencer!", diz o texto do abaixo-assinado.
A medida não foi unânime. Bancadas partidárias também protestaram, e PSOL, PPS e PSDB garantem que não usarão o benefício.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), porém, defendeu a medida argumentando que 80% dos deputados não deverão usar o benefício, mas que servirá para parlamentares idosos que precisam de seus cônjuges para ajudar na locomoção.
TIRIRICA
"Se agirmos rápido e fizermos barulho contra esta medida, podemos envergonhar os deputados e fazê-los reverter a decisão, garantindo que nosso dinheiro vá para hospitais ou escolas. Alguns deputados já se pronunciaram contra o aumento - isso significa que podemos vencer!", diz o texto do abaixo-assinado.
A medida não foi unânime. Bancadas partidárias também protestaram, e PSOL, PPS e PSDB garantem que não usarão o benefício.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), porém, defendeu a medida argumentando que 80% dos deputados não deverão usar o benefício, mas que servirá para parlamentares idosos que precisam de seus cônjuges para ajudar na locomoção.
TIRIRICA
A decisão da cúpula da Câmara de permitir que
maridos e mulheres dos deputados tenham direito a passagens aéreas provocou um
burburinho nos corredores da Casa e num plenário com mais de 300 deputados em
plena quinta-feira.
Divididos, os parlamentares recorreram a piadas e até fizeram verdadeiros exercícios verbais para justificar a concessão do benefício, mas boa parte assegurou que não vai usar a regalia. Pela regra, só os cônjuges com registro em cartório poderão utilizar a cota de passagens do congressista.
A medida foi aprovada junto ao reajuste de outras verbas à disposição dos deputados, que totalizam um impacto de R$ 150,3 milhões por ano.
Nas rodas de conversa, as reações foram diferentes, mas é consenso o desgaste trazido pela Casa num momento que o país discute um ajuste fiscal. A benesse ganhou até apelido de "bolsa esposa" e "transpatroa".
O deputado Tiririca (PR-SP) defendeu. "Estou na minha. Eles [comando da Casa] fizeram e não vou ser hipócrita de dizer que não vou usar", afirmou.
Jair Bolsonaro (PP-RJ) considerou que a Casa "extrapolou". "Não tem como defender", disse. O líder do PRB, Celso Russomano (SP), sustentou que não vai fazer uso da medida, mas que não tem posição sobre o benefício. "Vou fazer uma consideração da vida parlamentar: você vem para Brasília, abandona sua família e muitos casamentos vão para o vinagre por causa disso", ponderou.
Para Marco Feliciano (PSC-SP), a medida é justa, mas arranha a Casa. "É justo, mas é mais um desgaste para a imagem do Parlamento que já está desgastado demais."
Integrante da cúpula da Câmara, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) votou contra a concessão. "A sociedade vem colocando uma posição de muita indignação e reclamação em relação à Casa. Neste momento, [o pacote de benefícios] acentua ainda mais o distanciamento entre o Parlamento e a sociedade."
Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que está tendo que se explicar a todo minuto se vai usar ou não a regalia.
Até o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se apressou em negar que haja regalia . "Não tem esse negócio de namorada, não existe isso", disse ao rebater as críticas.
Em 2009, durante o escândalo que ficou conhecido como "farra das passagens", deputados usaram recursos públicos para custear passagens para familiares, namoradas, eleitores e até artistas. Na época, a Casa restringiu os bilhetes a deputados e assessores.
LOCOMOÇÃO
Divididos, os parlamentares recorreram a piadas e até fizeram verdadeiros exercícios verbais para justificar a concessão do benefício, mas boa parte assegurou que não vai usar a regalia. Pela regra, só os cônjuges com registro em cartório poderão utilizar a cota de passagens do congressista.
A medida foi aprovada junto ao reajuste de outras verbas à disposição dos deputados, que totalizam um impacto de R$ 150,3 milhões por ano.
Nas rodas de conversa, as reações foram diferentes, mas é consenso o desgaste trazido pela Casa num momento que o país discute um ajuste fiscal. A benesse ganhou até apelido de "bolsa esposa" e "transpatroa".
O deputado Tiririca (PR-SP) defendeu. "Estou na minha. Eles [comando da Casa] fizeram e não vou ser hipócrita de dizer que não vou usar", afirmou.
Jair Bolsonaro (PP-RJ) considerou que a Casa "extrapolou". "Não tem como defender", disse. O líder do PRB, Celso Russomano (SP), sustentou que não vai fazer uso da medida, mas que não tem posição sobre o benefício. "Vou fazer uma consideração da vida parlamentar: você vem para Brasília, abandona sua família e muitos casamentos vão para o vinagre por causa disso", ponderou.
Para Marco Feliciano (PSC-SP), a medida é justa, mas arranha a Casa. "É justo, mas é mais um desgaste para a imagem do Parlamento que já está desgastado demais."
Integrante da cúpula da Câmara, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) votou contra a concessão. "A sociedade vem colocando uma posição de muita indignação e reclamação em relação à Casa. Neste momento, [o pacote de benefícios] acentua ainda mais o distanciamento entre o Parlamento e a sociedade."
Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que está tendo que se explicar a todo minuto se vai usar ou não a regalia.
Até o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se apressou em negar que haja regalia . "Não tem esse negócio de namorada, não existe isso", disse ao rebater as críticas.
Em 2009, durante o escândalo que ficou conhecido como "farra das passagens", deputados usaram recursos públicos para custear passagens para familiares, namoradas, eleitores e até artistas. Na época, a Casa restringiu os bilhetes a deputados e assessores.
LOCOMOÇÃO
Cunha
afirmou que a medida foi autorizada pensando em parlamentares que precisam de
ajuda para locomoção e são mais idosos. O peemedebista afirmou que não vai
utilizar as passagens, assim como 80% da Casa.
"Ninguém é obrigado a usar. A Mesa não determinou que o deputado é
obrigado, só deu o direito. Cada um faz o uso do mandato que entender
melhor", disparou.
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