JM
Cunha Santos
Com
a inesperada ida do deputado Eduardo Braide para o segundo turno, que disputa
com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, os Sarney voltaram a sonhar com a volta
ao poder. As ligações políticas da família Braide com a família Sarney datam de
pelo menos 30 anos. Sarney fez do pai do candidato, Antônio Carlos Braide,
presidente da Assembleia e fez do próprio candidato presidente da Caema, função
que exerceu sem nada resolver quanto ao saneamento básico de São Luís e, menos
ainda, do Maranhão.
Comentam
que no Sistema Mirante Fernando Sarney já despachou a ordem de dar todo apoio a
Eduardo Braide e reforçar os ataques ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior e ao
governador Flávio Dino. Mas para Braide é um tiro que pode sair pela culatra. Com
o povo farto e enojado de tanta corrupção no país, o mais provável é que o
apoio de Fernando Sarney afaste de Braide o eleitor que o levou para o segundo
turno. Não custa lembrar que Fernando Sarney foi acusado na Operação Faktor de
fazer Caixa 2 para a campanha da irmã Roseana durante a disputa pelo governo do
Maranhão em 2006. Segundo a denúncia, ele teria sacado R$ 2 milhões em dinheiro
vivo às vésperas da eleição. Fernando foi indiciado por formação de quadrilha,
gestão irregular de instituição financeira, lavagem de dinheiro e falsidade
ideológica. Não é, portanto, a melhor companhia para quem pretende vencer uma
eleição em São Luís. Escapou porque em 2011, quando o velho Sarney ainda estava
no poder, o Superior Tribunal de Justiça anulou todas as provas que a Polícia
Federal havia encontrado, considerando-as todas ilegais.
Uma
das primeiras declarações de apoio político que Braide recebeu veio do ex-deputado
Ricardo Murad, que também caiu na mira da Polícia Federal na operação “Sermão
aos Peixes”, que investiga desvios milionários de recursos durante sua gestão
na Secretaria da Saúde. Na primeira fase da operação, Ricardo foi conduzido
coercitivamente à sede da PF para prestar depoimento. Já agora, na última
quinta-feira, cumprindo mandados de prisão, condução coercitiva e de busca e
apreensão, a Polícia Federal, com apoio da Controladoria Geral da União,
apreendeu um avião no valor de R$ 2,5 milhões, 5 carros de luxo, além de R$ 77
mil e diversos cheques. Dois executivos, da Bem Viver e da ICN, empresas que
prestaram serviços à Secretaria da Saúde durante a gestão de Ricardo Murad,
foram parar na prisão e a fase da operação intitulada “Voadores” identificou mais
um desvio, de R$ 36 milhões, ocorrido na SS à época.
Fato
é que a candidatura de Eduardo Braide caiu nos braços do sarneisismo. Já há
quem diga que uma ocasional vitória do candidato do PMN servirá de ponte para a
candidatura de Ricardo Murad ou de Roberto Rocha em 2018. Os dois se
encontraram recentemente em almoço que durou três horas. Sem ninguém por perto.
É chapa Rocha/Murad ou Murad/Rocha.
Mas se cabe aqui algum conselho, o melhor que
Braide faz é se livrar desses apoios. O povo está enfadado e revoltado com
tanta corrupção.
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