Na manhã desta quinta-feira, a Polícia
Federal cumpre mandados de prisão, de condução coercitiva e de busca e
apreensão em São Luís e mais duas cidades do Maranhão: Caxias e
Governador Nunes Freire. No estado são cumpridos 5 conduções
coercitivas e 2 mandados de busca.
O conjunto de ações integram
a Operação Ápia, deflagrada pela corporação em conjunto com o Ministério
Público e a Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da
União.O objetivo da Operação é desarticular organização criminosas que agiu
fraudando licitações públicas e a execução de contratos administrativos
celebrados para a terraplanagem e pavimentação asfáltica em diversas rodovias
estaduais.
Cerca de 350 policiais federais
participam da operação. Ao todo, estão sendo cumpridos 113 mandados
judiciais expedidos pela Justiça Federal sendo 19 mandados de prisão
temporária, 48 de condução coercitiva e 46 de busca e apreensão.
A investigação apontou um
esquema de direcionamento de concorrências envolvendo órgãos públicos de
infraestrutura e agentes públicos do Estado do Tocantins nos anos de 2013 e
2014. Essas obras foram custeadas por recursos públicos adquiridos pelo Estado
por meio de empréstimos bancários internacionais e com recursos do BNDES, tendo
o Banco do Brasil como agente intermediário dos financiamentos no valor total
de cerca de R$1,2 bilhão. Os recursos adquiridos tiveram a União como
garantidora da dívida.
O foco da investigação são as obras nas
rodovias licitadas e fiscalizadas pela secretaria de infraestrutura, que
correspondem a 70% do valor total dos empréstimos contraídos.
Ainda de acordo com a Polícia Federal,
chamou a atenção dos investigadores o fato de que, em um dos contratos, uma
empreiteira pediu complemento para realização de obra de mais de 1.500
caminhões carregados de brita. Se enfileirados, os veículos cobririam uma
distância de 27 quilômetros, ultrapassando a extensão da própria rodovia.
“Em outra situação, a perícia demonstrou
que, para a realização de determinadas obras, nos termos do contrato celebrado,
seria necessário o emprego de mão de obra 24 horas por dia, ininterruptamente,
o que, além de mais oneroso, seria inviável do ponto de vista prático”, destacou
a corporação.
Estima-se que o prejuízo aos cofres
públicos seja em torno de 25% dos valores das obras contratadas, o que
representa aproximadamente R$ 200 milhões.
Os investigados vão responder pelos
crimes de formação de cartel, desvio de finalidade dos empréstimos bancários
adquiridos, além de peculato, fraudes à licitação, fraude na execução de
contrato administrativo e associação criminosa. Somadas, as penas podem
ultrapassar 30 anos. (Jornal Pequeno)
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