sábado, 9 de dezembro de 2017

Morte de Nenzim: Mais uma história de corrupção e violência abafada por acordos políticos no Maranhão

JM Cunha Santos


Júnior de Nenzim, acusado de tramar a morte do próprio pai, o ex-prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, o Nenzim, foi o candidato apoiado pelo grupo Sarney na eleição de 2016. O histórico de violência da família do ex-prefeito é conhecido em todo o Maranhão. Tanto que Pedro Teles, irmão de Junior de Nenzim, foi condenado a 21 anos de prisão pelo Tribunal de Justiça do Maranhão acusado de encomendar o assassinato do lavrador Miguel Pereira Araújo.
O ex-prefeito e vítima do filho respondia a processo pelo desvio de R$ 50 milhões, denúncia que foi feita em blog pelo jornalista Décio Sá, do jornal O Estado do Maranhão e que viria a ser assassinado a mando de agiotas durante mandato da ex-governadora Roseana Sarney, num tempo em que a agiotagem e a pistolagem grassavam à solta e o crime organizado financiava campanhas políticas no Maranhão.
Explica-se, então, a pressa dos Sarney em querer jogar a responsabilidade pelo acontecimento do crime para o governo Flávio Dino que, nas palavras de seus deputados, teria permitido a volta da pistolagem ao Estado. Eles sabem que a morte de Nenzim faz relembrar a leniência com que o crime organizado (agiotagem, pistolagem e corrupção) foi tratado durante o governo Roseana Sarney.

DECLARAÇÕES DE ROSEANA E SARNEY FILHO

Declarações de Roseana Sarney e do ministro Sarney Filho no velório do ex-prefeito de Barra do Corda revelam mais uma vez o propósito de faturar politicamente em cima de uma tragédia familiar, desta feita protagonizada por um candidato que apoiaram em 2016. Roseana disse esperar que o crime fosse elucidado e encontrado o autor e que a Justiça faça justiça. E acrescentou: “É preciso esclarecer o crime e punir os culpados. Quem quer que seja tem que ser punido. Não se pode tirar a vida de uma pessoa que só fez o bem assim tão brutalmente”.
O ministro Sarney Filho disse que perdeu um amigo e uma liderança política, mas que quem perde muito mais é o povo de Barra do Corda. “Estamos realmente muito abalados. É uma tragédia inominável, uma perda irreparável. Queremos que seja apurada a responsabilidade daqueles que foram os mandantes, os criminosos, o quanto antes”, disse. E acrescentou: Queremos que o mais rapidamente possível seja elucidado esse crime monstruoso que foi cometido contra um chefe de família, um homem de bem”.

Até então eles não sabiam que o responsável pelo crime era o seu correligionário que, cometendo o parricídio, concluía mais uma história de muita violência e corrupção abafada por acordos políticos no Maranhão. Há ainda muitas outras histórias para contar.

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