JM Cunha Santos
Júnior de Nenzim, acusado de tramar a
morte do próprio pai, o ex-prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa,
o Nenzim, foi o candidato apoiado pelo grupo Sarney na eleição de 2016. O
histórico de violência da família do ex-prefeito é conhecido em todo o
Maranhão. Tanto que Pedro Teles, irmão de Junior de Nenzim, foi condenado a 21
anos de prisão pelo Tribunal de Justiça do Maranhão acusado de encomendar o
assassinato do lavrador Miguel Pereira Araújo.
O ex-prefeito e vítima do filho
respondia a processo pelo desvio de R$ 50 milhões, denúncia que foi feita em
blog pelo jornalista Décio Sá, do jornal O Estado do Maranhão e que viria a ser
assassinado a mando de agiotas durante mandato da ex-governadora Roseana
Sarney, num tempo em que a agiotagem e a pistolagem grassavam à solta e o crime
organizado financiava campanhas políticas no Maranhão.
Explica-se, então, a pressa dos Sarney
em querer jogar a responsabilidade pelo acontecimento do crime para o governo
Flávio Dino que, nas palavras de seus deputados, teria permitido a volta da
pistolagem ao Estado. Eles sabem que a morte de Nenzim faz relembrar a
leniência com que o crime organizado (agiotagem, pistolagem e corrupção) foi
tratado durante o governo Roseana Sarney.
DECLARAÇÕES DE ROSEANA E SARNEY FILHO
Declarações de Roseana Sarney e do ministro Sarney Filho no velório do ex-prefeito de Barra do Corda revelam mais uma vez o propósito de faturar politicamente em cima de uma tragédia familiar, desta feita protagonizada por um candidato que apoiaram em 2016. Roseana disse esperar que o crime fosse elucidado e encontrado o autor e que a Justiça faça justiça. E acrescentou: “É preciso esclarecer o crime e punir os culpados. Quem quer que seja tem que ser punido. Não se pode tirar a vida de uma pessoa que só fez o bem assim tão brutalmente”.
O ministro Sarney Filho disse que perdeu
um amigo e uma liderança política, mas que quem perde muito mais é o povo de
Barra do Corda. “Estamos realmente muito abalados. É uma tragédia inominável,
uma perda irreparável. Queremos que seja apurada a responsabilidade daqueles
que foram os mandantes, os criminosos, o quanto antes”, disse. E acrescentou:
Queremos que o mais rapidamente possível seja elucidado esse crime monstruoso
que foi cometido contra um chefe de família, um homem de bem”.
Até então eles não sabiam que o
responsável pelo crime era o seu correligionário que, cometendo o parricídio,
concluía mais uma história de muita violência e corrupção abafada por acordos
políticos no Maranhão. Há ainda muitas outras histórias para contar.
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