Topnews - Atlas da
Violência 2018 divulgado nesta terça-feira, 5.
O Brasil registrou a
marca histórica de 62.517 mortes violentas intencionais em 2016 e, pela
primeira vez na história, superou o patamar de 30 homicídios a cada 100 mil
habitantes. Os dados são do Ministério da Saúde e fazem parte do Atlas da
Violência 2018, divulgado nesta terça-feira (5) pelo Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo o estudo, o indicador corresponde a 30 vezes a taxa de assassinatos da
Europa.
Em 2016, o país
registrou uma taxa de 30,3 mortes intencionais por cada 100 mil habitantes em
2015, esse índice foi de 28,9. Até então, a maior taxa já medida no Brasil
tinha sido registrada em 2014, quando alcançou 29,8 mortes intencionais por 100
mil habitantes. O Atlas traz dados de 2006 a 2016, último ano com dados
disponíveis para o levantamento.
Nesse período, 553
mil pessoas foram mortas de forma violenta no país, o que inclui assassinatos,
latrocínios e morte em decorrência de intervenção policial. No período, os
homicídios cresceram 13,9%.
De acordo com o levantamento, 71,5%
das pessoas que foram assassinadas no país em 2016 eram pretas ou
pardas. O estudo revela que, em 2016, a população negra registrou taxa de
homicídios de 40,2 mortes por 100 mil habitantes. O mesmo indicador para
brancos, amarelos e indígenas foi de 16 mortes por 100 mil habitantes.
Para o pesquisador e
coordenador do Obvio (Observatório de Violência Letal Intencional), ligado à
Ufersa (Universidade Federal do Semi-Árido), Ivênio Hermes, o país teima em não
dar atenção a problemas sociais que levam à violência. Ele considera que o
resultado do Altas da Violência 2018 foi um "tapa na cara" das
autoridades.
"O Brasil não
freia as mortes porque não investe em políticas para segurança, só investe em
policiamento de vitrine, aquele para mostrar que está fazendo, como a
intervenção no Rio de Janeiro. É tudo de fachada", disse.
Hermes alega que
outro grande problema é a precariedade na elucidação desses crimes. "Não
se investe em investigação, em polícia civil, e os governantes só querem saber
de farda, que gera a falsa sensação de segurança. Como não investe em
investigação, cria-se a impunidade e isso gera mais homicídios."
Sergipe lidera taxa de assassinatos
Como vem ocorrendo
desde o final da década passada, os dados voltaram a mostrar que a situação é
mais grave nos estados das regiões Nordeste e Norte. Sergipe foi o estado com
maior taxa: 64,7 mortes por 100 mil --o dobro do índice nacional, seguido
por Alagoas (54,2) e Rio Grande do Norte (53,4).
"Em 10 anos,
todos os estados com crescimento superior a 80% nas taxas de homicídios
pertenciam ao Norte e ao Nordeste", aponta o levantamento. Entre os dez
estados mais violentos, seis pertencem ao Nordeste e quatro à região Norte.
Veja o ranking com as
maiores taxas de homicídio por 100 mil habitantes:
Sergipe - 64,7
Alagoas - 54,2
Rio Grande do Norte -
53,4
Pará - 50,8 Amapá -
48,7
Pernambuco - 47,3
Bahia - 46,9 Acre -
44,4
Ceará - 40,6
Roraima - 39,7
E nó negros continuamos a sermos mortos, cada vez em maior número. Triste.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.