Nas mesmas condições, a medicina cubana
atua com sucesso em 67 países. Com a presença dos médicos cubanos no Brasil, o
número de consultas em áreas indígenas aumentou de 1000 a 2000 %.
JM Cunha Santos
Foram 113 milhões de atendimentos feitos
pelos cubanos desde que o programa Mais Médicos se instalou no Brasil. A
Confederação dos Municípios calcula que 28 milhões de pessoas serão
prejudicadas diretamente com a saída dos médicos cubanos. Esses profissionais
eram responsáveis pelo atendimento direto a 63 milhões de brasileiros.
Quando fala, o presidente eleito Jair
Bolsonaro costuma golfar asneiras como a de que iria usar o Revalida para
“expulsar” os cubanos do Brasil, além de fazer exigências que implicam em
intromissão na soberania de Cuba e colocar em dúvidas a competência de
profissionais que vinham atuando no país desde 2013. Expulsou mesmo.
Assim, todas as análises sérias sobre o
assunto indicam que a saúde pública no Brasil passará por momentos muito
difíceis. O caos, como frisou o governador Flávio Dino. No site Uol Notícias,
Leandro Sakamoto disse que esta é a primeira grande crise social de um governo
que ainda nem começou. E criar mal estar social parece ser uma das prioridades
do futuro governo.
É de se esperar que o Brasil tenha a
capacidade de vencer os entraves burocráticos e econômicos para substituir a
tempo os médicos instalados nos mais distantes rincões do país, inclusive
municípios que até antes não tinham notícia do que fosse assistência médica.
Aliás, nas mesmas condições, a medicina cubana atua com sucesso em 67 países.
Os arrotos de Bolsonaro podem, portanto,
trazer sérios prejuízos à já combalida saúde pública brasileira. Ele sim, age
por um viés ideológico e tenta imitar seu ídolo máximo, o cacique da direita
radical Donald Trump que, por sinal, se esforça para acabar com o eficiente
programa de saúde do ex-presidente dos EUA, Barak Obama. É a natureza de quem,
como macaco, procura imitar tudo o que não presta.
Os cubanos estão nos lugares mais
inóspitos, inclusive onde a medicina nunca chegou, porque são os únicos dentro
do programa obrigados a aceitar a indicação do local de trabalho. Em áreas
indígena, por exemplo, o número de consultas aumentou de 1000 a 2000 %.
Deduz-se daí que não será tão fácil substituí-los por médicos brasileiros e
europeus.
E fica a lição de que não é possível
governar um país a patadas, sem pensar nas consequências econômicas e sociais
que delas poderão advir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário