JM Cunha Santos
Bem poucas vezes assisti uma parceria
administrativa resultar-se em tão alentador fenômeno de cultura e erudição,
como ora acontece com a revitalização do Centro Histórico, protagonizada pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Prefeitura
Municipal de São Luís, nas pessoas de Kátia Bogéa, presidente do IPHAN;
Maurício Itapary superintendente do mesmo Instituto, do prefeito Edivaldo
Holanda Júnior e primeira dama, Camila Holanda.
A poesia volta às ruas da cidade, às bocas
dos cidadãos, através de seus cantores, compositores, cantadores, dançarinos,
atores e atrizes, poetas, em espaços que amargavam uma histórica e singular
situação de abandono que feria nossas tradições e senilizava a diversidade
cultural do Estado.
Não se trata apenas de reestruturar as
margens do maior acervo arquitetônico colonial do país, não é apenas um
presente de Natal que dignifica a historicidade de São Luís. Entre saraus,
cantatas e feirinhas, a revitalização do Centro Histórico repõe a erudição e a
cultura nas ruas, almas, bocas e paixões da cidade. Em meio aos cânticos,
danças e outros espetáculos que nos despertam para domingos de arte na Feirinha
de São Luís, a eterna Mãe D’água da Praça Pedro II desafogou-se de um sumiço
penitente e volta a molhar de brilho e luz o olhar de turistas e ludovicenses
que sempre a quiseram ali. E o Parnaso maranhense é devolvido ao mundo com a
remodelação da Praça do Pantheon, no Complexo Deodoro, a ser entregue à
população no próximo dia 18, às vésperas do Natal. Sem contar que a rua Grande,
de grande cresce mais, para que junto com ela cresçam os ideais de preservação
histórica, de secularização, cidadania e hospitalidade que tanto contribuíram
para nos elevar à condição de Patrimônio Cultural da Humanidade.
Não vou me ater ao valor logístico que
representam todas essas obras, nem mesmo a seu significado patrimonial
recuperado. É a História, é o lúdico redivivo, são as lendas que renascem, os
cantos que explodem e também revitalizam almas.
Estão vestindo a velha São Luís de novo, ela que, momentaneamente, se despira de seus encantos e encantamentos, em virtude de sanáveis ferimentos em seus espaços públicos. Preciso, então, dizer agora que, concluso esse trabalho, será a hora da consciência cidadã, da vigilância, da fiscalização, para evitar que a barbárie dos vândalos volte a atacar um patrimônio histórico e cultural que é muito especial para o nosso Maranhão e para todo o Brasil.
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