sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Funcionários da Vale são presos em investigação sobre crime de Brumadinho



 
Uma operação conjunta entre o Ministério Público de Minas Gerais e as polícias civil e militar prenderam 8 funcionários da Vale na manhã desta sexta-feira (15) para apurar a responsabilidade pelo rompimento da barragem em Brumadinho, no último dia 25, que deixou ao menos 166 mortos – outras 155 pessoas seguem desaparecidas.
Segundo reportagem de Thiago Amâncio, na Folha de S.Paulo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, além dos oito mandados de prisão temporária.
Os investigados presos possuem cargos de gerência e de equipes técnicas. São eles Joaquim Pedro de Toledo, Renzo Albieri Guimarães Carvalho, Cristina Heloíza da Silva Malheiros, Artur Bastos Ribeiro, Alexandre de Paula Campanha, Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo, Hélio Márcio Lopes da Cerqueira e Felipe Figueiredo Rocha. ​
Um dos presos é Alexandre de Paula Campanha, citado no depoimento do engenheiro da Tüv Süd Makoto Namba à Polícia Federal. A empresa foi a responsável pelos relatórios que atestaram a estabilidade da barragem.
Segundo Namba, Campanha teria interpelado o engenheiro, questionando-o: “A Tüv Süd vai assinar ou não a declaração de estabilidade?” De acordo o relatório da PF sobre o depoimento, Namba declarou ter sentido que a frase foi “uma maneira de pressionar o declarante e a Tüv Süd a assinar a declaração de condição de estabilidade sob o risco de perderem o contrato.”
Outro detido é Helio Márcio Lopes de Cerqueira é engenheiro geotécnico. Um dia antes do rompimento da barragem, Cerqueira havia alertado uma empresa de tecnologia contratada pela Vale de que as leituras de piezômetros estavam com falhas e que isso poderia acarretar em multas da Agência Nacional de Mineração.
Presidente da Vale
Em depoimento na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (14), o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse que, por questões de agilidade, os gestores locais da empresa “têm total autonomia para tomar decisões” relacionadas a risco iminente nas barragens.

Segundo ele, “não há envolvimento” dos altos escalões “pelo simples fato de que nunca haveria tempo de envolvê-los em um processo desse tipo”. O tempo todo, ele se referiu ao rompimento como “acidente”.
Da Revista Fórum

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