JM Cunha Santos
Li, com vagar e indisfarçável emoção, artigo do prefeito Edvaldo
Holanda, publicado em edição recente do Jornal Pequeno, no qual trata das
políticas públicas da Prefeitura de São Luís voltadas para pessoas com
necessidades especiais. É o artigo de um técnico, ou gestor, desprovido,
portanto, da necessária animação poética que o tema exige. Mas conta a história
de uma menina com Síndrome de Dow que hoje dança balé num espetáculo ficcional,
em pleno Teatro Arthur Azevedo. É imenso e nos obriga a dizer: Deus existe!
Imediatamente, lembrei-me da emoção que pingava dos corpos durante a
inauguração da Casa Ninar - consequência de um projeto que transformou a Casa
de Veraneio do Governo do Estado (para alguns o centro da esbórnia oficial de
governos antecedentes) em Casa de Apoio Ninar, destinada a proporcionar
assistência no tratamento de bebês com doenças que afetam o
neurodesenvolvimento. E como não perguntar porque levamos tanto tempo nesse
estado para alcançar o atual estágio de humanização da gestão pública, tanto a
nível estadual como a nível municipal.
Mas o prefeito, em seu artigo, defende políticas públicas inclusivas que
garantam às pessoas com deficiências o acesso aos direitos e benefícios comuns
a qualquer cidadão. E como é humanística essa reivindicação, se ninguém tem
culpa de não conseguir falar, andar, ver, ouvir e se, mesmo não andando, não
falando, não vendo, nem ouvindo são, no entretanto, inapelavelmente capazes de
sentir e de amar.
De um aplicativo que estará em 50 escolas da rede municipal e que
servirá como ferramenta em sala de aula para auxiliar na comunicação entre
professores e alunos que têm dificuldades com a fala, às inesgotáveis Salas de
Recursos Multifuncionais, destinadas a crianças com deficiência, toda a ação da
Prefeitura no entorno da Educação Especial enobrece as almas que conseguem
absorver os desígnios cristão de amar ao próximo, para além de todas as
diferenças e longe de toda e qualquer forma de preconceito.
Para quem aqui viveu e viu o sangradouro das políticas de igualdade, de
inclusão e da justiça social, esta nova visão administrativa que emerge no
Maranhão após a queda da Bastilha sarneisista, imprime um novo ar a ser
respirado, enche de luz um espaço até a bem pouco tempo contaminado pelas
trevas e faz a gente, na condição humana, se sentir maior porque mais pertos da
eletricidade inapagável do amor.
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