JM
Cunha Santos
Principalmente
nasci poeta
o
que não é uma virtude
é
um erro de cálculo
Hoje,
cercado de criaturas demonólatras
filosoficamente
inalterado
procuro
onde está minha solidão
e
sofro as pessoas à minha volta
porque
vi na fome etiópica do Nordeste
uma
lembrança e um desespero a mais
Mesmo
assim, cadáver carregado
em
protestos contra tiranias,
preciso
de mais um corpo
para
completar a minha descendência
Eis
quem sou: a dublagem de um sonho
a
última passagem para coisas não concluídas
o
último portal entre o céu e o inferno
a
gestação permanente de uma estrela
que,
por pura indecência, não se esgota mais em sol
Que poema belo meu bom amigo Cunha, belo e engajado.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
Muito obrigado, Jair. Como é enaltecedor perceber através do amigo, que não decretaram ainda o fim dos ideais de justiça e da sensibilidade.
Excluir